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MÚSICA
O pianista é o solista convidado da Orquestra Sinfônica Brasileira, que faz apresentação hoje, às 21h
Nelson Freire toca Beethoven no Municipal
IRINEU FRANCO PERPETUO
especial para a Folha
O pianista Nelson Freire é o solista convidado do concerto que a
Orquestra Sinfônica Brasileira
(OSB), regida por Roberto Tibiriçá, apresenta às 21h de hoje no
Teatro Municipal.
Freire toca os concertos nš 3 e 4,
de Beethoven, ou "o dia e a noite", como gosta de dizer.
"São concertos bem diferentes", explica. "O terceiro, que eu
nunca toquei em São Paulo, mostra um Beethoven mais humano,
mais otimista."
Já o quarto -um dos preferidos
do pianista- é mais "transcendental". "É uma obra mais filosófica, mais profunda -um dos
concertos mais perfeitos do repertório."
O pianista volta a São Paulo em
novembro, quando se apresenta
com a Filarmônica de Estrasburgo
(França) na temporada do Cultura
Artística.
Na mesma época, estará sendo
relançado o CD com obras de Villa-Lobos que o pianista gravou
pela Teldec, incluindo o célebre
"Rudepoema".
O programa será completado pela Sinfonia nš 5, de Tchaikovski.
Sediada no Rio de Janeiro, a Orquestra Sinfônica Brasileira, fundada em 1944, faz uma rara apresentação em São Paulo.
Crise
O cachê dos músicos da orquestra gira em torno dos R$ 25 mil.
De acordo com seu diretor artístico, o regente paulistano Roberto
Tibiriçá, a OSB está em crise.
"Estamos passando o chapéu.
Somos a única orquestra privada
do Brasil vivendo de patrocínios e
doações".
"Nosso antigo presidente, Mário Henrique Simonsen, ficou
doente durante dois anos, o que
praticamente paralisou as coisas
no período", diz o regente. "Seu
substituto, Roberto César de Andrade, assumiu há pouco tempo".
Atualmente, a OSB conta com 70
integrantes, com piso salarial de
mil reais.
"O efetivo é pequeno e o salário
é baixo, mas prometemos muita
garra e união para superar esse
momento difícil que a orquestra
está passando", afirma o maestro.
A crise ameaça o próprio Tibiriçá. Manobras de bastidores articulam sua substituição pelo argentino Yeruham Sharowsky.
João Carlos Alvim Correa, superintendente da OSB, desmente a
troca. "Não se discute a posição
do Tibiriçá. Sharowsky é um excelente músico, que já regeu a OSB
como convidado e continuará regendo nas próximas temporadas.
Só isso. O resto é fofoca."
Concerto: Nelson Freire (piano) e
Orquestra Sinfônica Brasileira
Quando: Hoje, às 21h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de
Azevedo, s/nš, tel. 011/222-8698)
Quanto: de R$ 5,00 a R$ 25,00
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