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DANÇA
Verão francês aponta para a globalização
ANA FRANCISCA PONZIO
em Montpellier
A coreógrafa norte-americana
Twyla Tharp apresentando-se ao
lado de grupos de danças tradicionais do Camboja, no Festival de
Montpellier, na França, mostra
que a globalização está atingindo a
dança. De agora em diante, o isolamento de certas regiões pode estar
chegando ao fim.
Assim como o Festival de Montpellier (de 22 de junho a 5 de julho), o Festival de Dança de Chateauvallon, que se estende até o final deste mês, está sintonizado
com as terras distantes. O evento
incluiu na programação atrações
do Japão, além de uma franco-brasileira, a Companhia Castafiore,
dirigida por Marcia Barcellos,
paulistana que vive na França. Ela
apresentou "Almach Bruitax",
espetáculo que pode estrear temporada em São Paulo em outubro.
Equívoco
A partir de Montpellier, uma sucessão de espetáculos vêm ocorrendo pelo país, atestando que a
dança contemporânea não está
ameaçada, como se comenta nos
meios culturais franceses.
Para completar a fartura de espetáculos, também o Festival de
Avignon, voltado para o teatro,
traz várias estréias de coreografias
assinadas por nomes como Angelin Preljocaj e Catherine Diverrs,
autora que se inspira no Oriente.
Até o dia 31 deste mês, a dança em
Avignon também mostra, entre
outros, espetáculos de Joille Bouvier e Régis Obadia.
"O Próximo e o Distante", tema
do Festival de Montpellier neste
ano, procura mostrar uma das
tendências da dança francesa.
Segundo o organizador do festival, Jean-Paul Montanari, essa temática revela uma condição paradoxal dos novos criadores. "Ao
mesmo tempo que se voltam para
sua própria natureza, transformando seus estúdios em laboratórios onde se trancam em busca de
linguagens pessoais, os coreógrafos atuais também estão voltados
para as culturas distantes", diz.
Por isso, Montpellier está promovendo um encontro entre grupos e criadores de países como
Camboja, Vietnã, África, Colômbia, Japão, China, Índia e Rússia.
Com resultados surpreendentes,
essa aproximação de pólos opostos tem revelado espetáculos de
ótima qualidade, realizados em
parceria entre coreógrafos franceses e estrangeiros. Um deles, protagonizado por adolescentes da
Escola de Danças de Moscou,
mostrou bailarinas formadas no
mais puro estilo acadêmico interpretando obras de autores contemporâneos como Daniel Larrieu
e Karine Saporta.
A jornalista Ana Francisca Ponzio viajou a
convite do evento "Comfort em Dança"
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