Divulgação

Templo inspirado nas civilizações pré-colombianas da América, em "O Caminho para El Dorado"

MILLY LACOMBE
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

Estréia hoje em 138 cinemas do país "O Caminho para El Dorado", primeiro filme de animação com temática hispano-americana feito pela produtora de Steven Spielberg, a DreamWorks.
O desenho, que levou cinco anos para ser realizado e consumiu US$ 95 milhões, conta a história de dois espanhóis que, por volta de 1500, encontram um mapa e partem rumo ao Eldorado e a uma série de encrencas.
"O Caminho para El Dorado" é parte, nos EUA, de uma febre "latina", como são chamados os norte-americanos de ascendência latino-americana. "Foi uma grande e feliz coincidência" disse à Folha o produtor-executivo da DreamWorks, Jeffrey Katzenberg. "Começamos a produzi-lo muito antes de essa onda varrer o país."
O ator Edward James Olmos, que faz a voz do Chefe e é responsável pela seleção dos dubladores originais, tem outra explicação. "É um sinal de que a cultura americana está evoluindo, abrindo os olhos", diz. "Fiquei feliz de ser coordenador de voz de um filme com personagens latinos feito por um dos maiores estúdios. Mas ainda é pouco. Apesar dessa sede por tudo o que é latino, estamos só tateando a superfície."
Nascido em Los Angeles, Olmos é o mais influente defensor da cultura "latina" em Hollywood. Tem no currículo mais de 40 filmes e é também produtor.
Ele estava tão determinado a falar do assunto que fez questão de dar a entrevista em espanhol. Afirmou que a indústria do cinema nos EUA há muito tempo estabeleceu as regras do jogo e seus limites.
"Em Hollywood, não há financiamento para filmes com sotaque", disse. "Ainda estamos longe, mas vamos construir nossos estúdios, fazer nossos filmes. Serão abordagens latino-asiáticas, latino-judaicas, latino-anglo-saxônicas. Iremos enriquecer a cultura americana. Porque, vou te contar um segredo, vamos dominar este país."


Texto Anterior: Programação de TV
Próximo Texto: "Música é o protagonista de "El Dorado'"
Índice