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São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2003

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ARTES PLÁSTICAS

Funcionários estarão à disposição para folhear obras, normalmente isoladas, no CCBB do Rio de Janeiro

"Livro de Artista" abre suas páginas para visitação

DO ENVIADO AO RIO

O visitante não poderá folhear, mas terá ao seu dispor duas funcionárias que irão manusear, a partir da próxima quinta, livros produzidos por artistas especialmente para tal suporte, à disposição na pomposa Sala de Obras Raras e Edições Especiais da Biblioteca do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio.
A iniciativa é uma novidade na forma expositiva, pois, em geral, quando expostos, os livros de artistas estão sempre envolvidos em caixas de acrílicos, impossibilitando a sua manipulação.
O time, composto por sete artistas, é representativo do panorama brasileiro, com gerações e poéticas variadas: Artur Barrio, Beatriz Milhazes, Waltércio Caldas, Nuno Ramos, Gabriela Machado, Ana Maria Maiolino e Luciano Figueiredo.
Livro de artista é uma das formas que, desde a década de 70, tornou-se um novo suporte, apesar de "Caixa Verde" (1934), de Marcel Duchamp, ser citado como exemplo clássico. "O livro de artista é uma manifestação híbrida, que mistura elementos da escultura, da pintura e do desenho", diz Ana Maria Maiolino.
A artista, por exemplo, comparece com quatro obras, que tiveram início justamente em 1976. Cada uma pertence a uma série de cem, que Maiolino vem fazendo, manualmente, desde então. É o caso de "Trajetória 1", que está no número 21. "Os livros são uma síntese de meu trabalho nos anos 70", afirma a artista.
Já Luciano Figueiredo comparece com o "Livro das Sombras", edição única de 1977, que utiliza elementos como a colagem, a partir de uma pesquisa sobre imagens apropriadas de jornais.
Mais atual é a produção de Gabriela Machado, com um livro realizado em 2002, também edição única. "Desenho tudo que está à minha volta, e os cadernos, a forma como chamo os livros, são um exercício de ocupação dos espaços só com o punho", explica.
Entretanto a mostra apresenta não só livros artesanais, mas também produzidos industrialmente, como "Balada" (1995), de Nuno Ramos, recentemente exposto na mostra "Arte e Sociedade" -organizada por Aracy Amaral no Itaú Cultural-, e "Velázquez" (1996), de Waltércio Caldas, artista que fez, também neste ano, uma mostra inteira na Pinacoteca de São Paulo, com livros por ele produzidos. (FABIO CYPRIANO)


LIVRO DE ARTISTA. Exposição permanente de livros de artistas como Artur Barrio, Ana Maria Maiolino, Beatriz Milhazes, Luciano Figueiredo e Gabriela Machado. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (r. Primeiro de Março, 66, Centro, Rio, tel. 0/xx/21/3808-2020). Quando: abertura dia 17, às 19h (para convidados); de ter. a dom., das 12h às 20h. Quanto: entrada franca.


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