São Paulo, segunda, 14 de julho de 1997.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mostra do fotógrafo em Nova York comemora devolução de Hong Kong
Francês Marc Riboud exibe 40 anos de fotos na China

ANA MARIA GUARIGLIA
free-lance para a Folha

"Marc Riboud: 40 Anos de Fotografia na China" é o tema da exposição que o International Center of Photography, em Nova York, apresenta como parte das comemorações da devolução de Hong Kong à China.
O destaque é a visão do fotógrafo sobre a população, principalmente trabalhadores do campo e moradores das aldeias engajados em suas atividades.
As fotos são acompanhadas de textos similares a um diário, fazendo com que o observador reflita sobre cada imagem.
A "foto-história" permite acompanhar as mudanças na China nos últimos 40 anos, abrangendo o a revolução político-cultural, o trabalho servil e a entrada na era capitalista.
Nascido em Lyon, na França, em 1923, Riboud fez parte da resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial, recebendo "La Croix de Guerre", honra concedida pelo governo aos que se destacaram na luta.
Em 1953, foi convidado por Henri Cartier-Bresson, Robert Capa e David Seymour a integrar a equipe da Agência Magnum de Fotografia, em Paris.
Inspirado pelas transformações sociais e econômicas do pós-guerra, Riboud decidiu viajar pelo mundo ao volante de um Land Rover usado.
De Londres foi a Calcutá, na Índia, depois para a China. Em 56, recebeu passaporte especial do governo chinês, que permitiu andar livremente pelo país.
Em 57, iniciou o ensaio chinês, documentando o líder Mao Tsé Tung em um jantar com mais de 600 convidados. Ele era o único fotógrafo estrangeiro.
Também registrou Deng Xiaoping, outro líder chinês, durante confabulações políticas com Georges Marchain, chefe do Partido Comunista francês, em 1982.
Riboud é considerado um dos pupilos de Cartier-Bresson, que lhe propiciou a liberdade de viajar pelo mundo como um aventureiro para fotografar os temas mais relevantes na época.
Riboud captou as mensagens do mestre. Cobriu a guerra do Vietnã, a revolução iraniana, esteve na Rússia, no Nepal e na África.
Hoje seus trabalhos fazem parte dos acervos do Asia House, de Nova York, do Instituto de Arte, de Chicago, do Centro de Fotografia, em Paris e da Photographer's Gallery, de Londres.

Exposição: Marc Riboud: 40 Anos de Fotografia na China Onde: International Center of Photography (5ª avenida, 1.130, tel. 001-212/860-1776) Quando: até 14 de setembro; ter, das 11h às 20h; qua a dom, das 11h às 18h Quanto: US$ 4


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.