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Gramado abriga
hoje feira de livros
AMIR LABAKI
enviado especial a Gramado
Gramado rende-se hoje ao cinema escrito. A partir das 14h, abriga
a Feira de Livros, com 12 lançamentos.
A história do cinema é substrato
para dois volumes. Em "Vocês
Não Ouviram Nada -A Barulhenta História do Cinema Mudo", o comentarista de filmes da
TV Bandeirantes Celso Sabadin
procura destacar as relações entre
as escolas da era silenciosa e as
conjunturas históricas em que cada uma delas se desenvolveu.
"Analiso, por exemplo, porque o
expressionismo surgiu na Alemanha", disse Sabadin à Folha.
As celebrações do centenário do
cinema deram origem a "Cinema
no Século", organizado por Ismail
Xavier. O livro reúne palestras do
ciclo homônimo desenvolvido no
MIS-SP em 94 e 95, procurando
desenvolver as relações associativas do cinema.
"Cineastas Latino-Americanos
-Entrevistas e Filmes" traz uma
seleção do jornalismo cinematográfico assumidamente militante
de Maria do Rosário Caetano
("Jornal de Brasília").
O foco é o chamado "novo cinema latino-americano", que tem
por sede ideológica Havana, por
marco histórico a revolução castrista e por mitos maiores Glauber
Rocha e Che Guevara. Glauber é
também o tema de "Os Anos Verdes -Glauber, A Conquista do
Sonho", de Júlio César Lopo.
A quase vazia estante de biografias de cineastas brasileiros ganha
reforços. "Roberto Santos -A
Hora e a Vez de Um Cineasta", de
Inimá Simões, faz justiça ao pioneiro do cinema independente
paulista. Já Helena Salem reconstitui a trajetória do mais enigmático
prócer cinema novista em "Leon
Hirszman -O Navegador das Estrelas".
Dois novos livros reiteram a historiografia cinematográfica do RS
como das mais sistematicamente
desenvolvidas. "A Tela Branca
-A Crítica de Plínio Moraes"
compila a obra do pioneiro da crítica no Estado, Jacob Koutzii
(1908-1975). Já "Teixeirinha e o
Cinema Gaúcho", de Miriam de S.
Rossini, revaloriza o cinema popular através de uma minuciosa
reconstituição dos filmes rodados
pelo artista entre 1966 e 1981.
Um olhar original nos traz "No
Giro da Manivela", em que o mais
tradicional bilheteiro de cinema de
Curitiba, Zito Alves, apresenta
suas memórias.
Não menos nostálgico é o resgate
pelos gaúchos Otto Guerra e Tadao Mikai dos "Flip Books",
aqueles livros cujos desenhos são
animados pelo girar das páginas.
Por fim, a arte do roteiro pauta
dois novos títulos. "A Jornada do
Escritor", de Christopher Vogler,
descreve a base mitológica da cinedramaturgia clássica. E um caso de
sucesso ganha versão em livro:
"Pequeno Dicionário Amoroso".
O crítico Amir Labaki viaja a Gramado a convite
da organização do festival
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