São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

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Netflix no Brasil vai ter filmes e novelas mexicanas

Locadora on-line americana já tem acordos fechados para exibição de produções da Universal e Televisa

Setor de TV paga se prepara para enfrentar concorrência na internet e brigar pela audiência da classe C

ELISANGELA ROXO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O controle remoto do brasileiro está em fase de adaptação: da televisão para computadores, telefones e tablets conectados à internet.
O Netflix, uma espécie de locadora de filmes e séries online, que também entrega DVDs em casa, está de malas prontas para desembarcar nos aparelhos com conexão banda larga do Brasil.
O presidente da NBC Universal International, Jeff Shell, confirmou à Folha que o contrato para exibir os filmes do Universal Studios no Brasil está firmado.
O Netflix já tem o direito de oferecer para os brasileiros um catálogo on-line de filmes produzidos há mais de cinco anos pela Universal.
A Folha também apurou que a produtora mexicana de telenovelas Televisa (que detém direitos de "Maria do Bairro" e "Usurpadora", exibidas pelo SBT nos anos 90) fez acordo para colocar seu conteúdo na internet brasileira via Netflix.
Ao contrário do que ocorre nos EUA, no entanto, o "delivery" de DVDs não estará disponível aqui, por enquanto.
Os usuários do Brasil terão um mês gratuito de degustação de filmes, séries e novelas do catálogo do Netflix. A assinatura deve custar entre R$ 13 e R$ 15 por mês, a partir do momento em que o serviço estiver no ar.
A maior concorrência da empresa americana aqui já é a brasileira NetMovies, que tem um menu de 4.000 títulos on-line e 25 mil em DVDs para Estados brasileiros.
"É um concorrente a ser respeitado", afirmou o fundador do NetMovies, Daniel Topel, em entrevista por telefone. Ele acredita que a movimentação do mercado vai ser positiva por aqui. Por isso, Topel tem viagem marcada na próxima semana para negociar novos títulos com estúdios americanos.
O setor de TV paga também se prepara para a disputa pela audiência, tanto na televisão quanto na internet.

SEM SUBESTIMAR
"A última coisa que se pode em relação à Netflix é subestimar", recomendou o presidente da Globosat, Alberto Pecegueiro, durante o Congresso da ABTA (Associação Brasileira de TV por assinatura), na última terça.
A operadora NET e a programadora Globosat (que abriga a rede Telecine, Multishow e SporTV, entre outros canais) já reagiram.
Lançaram nesta semana o Muu, um portal de internet que vai agregar os vídeos veiculados em alguns canais Globosat, só para assinantes.
Outras armas são o serviço "on demand", que oferece a compra de filmes pelo controle remoto, o clássico "pay-per-view" (com campeonatos esportivos e lançamentos de cinema) e o DVR, aparelho que permite gravar o conteúdo da programação para assistir quando quiser.
Para Gastón Taratuta, CEO da IMS Corporate, agência que cuida da imagem on-line da Netflix nos EUA e na América Latina, a preocupação da TV paga deveria ser com a pirataria, e não com o novo serviço, que é "uma forma legal de compartilhar conteúdo."
A briga no Brasil, porém, pode ser pelo controle remoto da classe C. Só em 2011, 1,34 milhão de pessoas resolveu aderir à TV paga, aumento creditado pelo setor à nova classe média brasileira.


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