CRISTIANO CIPRIANO POMBO
free-lance para a Folha

O que pode acontecer numa noite de festa de reencontro de amigos depois de muitos anos? Antes de responder, porém, direcione as possibilidades em função da chance de reacender velhas paixões.
Na visão do dramaturgo Flávio Marinho, autor, diretor e produtor da peça "Salve Amizade", a questão se desenrola misturando romance, nostalgia e choque de culturas, num retrato de gerações.
Definida pelo autor como "uma comédia de muitas faces", "Salve Amizade" chega a São Paulo contando a história de duas "quarentonas", Léa (Louise Cardoso) e Ritinha (Cristina Pereira), que decidem dar uma festa com o objetivo de reconquistar antigas paixões: Nandinho do Topete (Giuseppe Oristânio) e Pedrão Cabeleira (Paulo César Grande).
O encontro dá início a um jogo definido pelo revés de expectativas e uma constante tensão erótica.
Além do choque da ação dos anos sobre os personagens e o resgate dos "bons tempos", a montagem ainda apresenta os valores "modernos", presentes em Shirley (Cláudia Mauro), modelo de 25 anos e namorada de Nandinho.
"Criam-se redes de intrigas. Há romance na paixão de Léa por Nandinho. Jogo de sedução entre Ritinha e Pedrão. Enfim, confrontos em torno de aparências e diferenças culturais", diz Marinho.
Com a trilha sonora mesclando desde Beatles até Araketo, Marinho utiliza apartes -atores se dirigindo ao público- e "flashbacks" que, em meio a risos e surpresas, levam o público à dor da repressão militar nos anos 70 e às discussões de ética.
Apesar do "elenco global", o diretor acha que a identificação com os personagens e as situações da peça tocarão mais o espectador.
"Existem muitos referenciais. Fala-se um pouco de tudo, inclusive que uma armadilha de amor de duas quarentonas reforça, no mínimo, um "salve à amizade'."


Peça: Salve Amizade Quando: hoje, às 21h; sex., às 21h; sáb., às 19h30 e 22h; dom., às 19h; até 8/11 Onde: Sala São Luiz (av. Juscelino Kubitschek, 1.830, tel. 011/827-4111) Quanto: R$ 25 (sex. e dom.) e R$ 30 (sáb.)



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