São Paulo, sexta, 14 de agosto de 1998

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MANIA AMERICANA
Listas viram febre no final do século

AMIR LABAKI
de Nova York

Nem todos são Peter Greenaway e criam arte a partir da obsessão americana por listas. Uma relação feita pela NASA deu origem à ópera "100 Objetos para Representar o Mundo", que tem hoje sua estréia paulistana. Poucas listas têm destino tão nobre.
A maioria limita-se a gerar ruído e publicidade, como as polêmicas relações de cem maiores filmes americanos e cem principais romances em língua inglesa deste século, respectivamente preparadas pelo American Film Institute e pela Modern Library da editora Random House (leia textos abaixo).
A nova febre americana por listas alcançou seu novo pico na edição desta semana da revista "Entertainment Weekly". Não bastou trazer nas semanas anteriores suas relações daqueles que têm "it" em 1998 e dos 25 principais atores da década (com apenas dois ingleses, Ralph Fiennes e Daniel Day-Lewis, num clubinho de americanos): a última "EW" oferece a seus leitores nada menos que "As 50 Melhores Listas".
Sim, é o vale-tudo. Não surpreende, logo, que encabece a relação "Os 50 Mais Bonitos" da revista "People", esnobando-se para o segundo posto os "Dez Mandamentos" recebidos por Moisés.
As teses de Lutero, os fundamentos do budismo, as tribos de Israel e os pecados capitais marcam presença, alternam-se com a lista de compras de Marlon Brando no armazém, o "Top Ten" de David Letterman, os dez mais procurados pelo FBI e os livros citados no processo envolvendo Monica Lewinsky. Há assim coerência em encerrar com Franz, afinal, Liszt.



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