São Paulo, sexta, 14 de agosto de 1998

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EXPOSIÇÃO
"No Limite da Consciência" promove a arte multicultural

da Reportagem Local

A exposição "No Limite da Consciência", que chega a São Paulo em dezembro, no Sesc Pompéia, concilia trabalhos de nomes renomados, como Robert Rauschenberg e Sol Le Witt, com obras de autores pouco conhecidos internacionalmente, caso do cubano Kcho e do jamaicano Nari Ward.
"No Limite da Consciência", segundo Adelina von Furstenberg, curadora da exposição, visa promover o trabalho de artistas que não são expostos regularmente em museus. "É instigante destacar obras desconhecidas da China ou mesmo da América e trazê-las para grandes salas de exibição", diz Von Furstenberg, que está no Brasil para visitar o Sesc.
Von Furstenberg preside a Art for The World, entidade que promove projetos educacionais ligados à arte e que destina o lucro obtido com as exposições que organiza para fundos assistenciais.
O enfoque filantrópico não foi deixado de lado em "No Limite da Consciência". A mostra comemora os 50 anos da OMS (Organização Mundial da Saúde), instituição criada em 1948 com o intuito de organizar programas internacionais de saúde. O lucro obtido com a venda de gravuras de artistas como a mexicana Teresa Serrano e o russo Ilya Kabakov será vertido para projetos mantidos pela OMS na África.
As principais características da exposição, o multiculturalismo e o enfoque social, provêm, segundo a curadora, de sua formação cultural. Von Furstenberg nasceu na Turquia, é de origem armênia e estudou ciências sociais na Suíça.
"No Limite da Consciência" apresentará trabalhos de 40 artistas de cinco continentes, cujas obras lidam com temas como danos ambientais, racismo e Aids.
Entre eles, os brasileiros Ricardo Ribenboim, Adriana Varejão, Maria Carmem Perlingeiro e Fabiana de Barros. Estão previstos também workshops com o artista Joe Ben Jr. e com os cubanos Los Carpinteros. Ben Jr. é um índio navajo norte-americano cujo trabalho se caracteriza pela criação de pinturas feitas a partir de areia.
Los Carpinteros é um trio de escultores cubanos que criam instalações feitas muitas vezes de madeira, que trazem um enfoque crítico sobre a sociedade cubana.
"Os artistas da mostra lidam com temas de sua própria cultura, que se inserem no contexto contemporâneo", diz a curadora. (BG)



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