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Grupo Oficina "luta" em Berlim
EM BUENOS AIRES
Os 63 integrantes do grupo Oficina Uzyna Uzona atravessam
dias de luta em Berlim. "Tá uma
loucura", resume o ator Marcelo
Drummond, 42. Só podem ensaiar até a meia-noite, para desespero de José Celso Martinez Corrêa, 68. Por conta, entre outras
coisas, do expediente dos técnicos. Para tudo, é necessário o aval
dos bombeiros à espreita.
Segundo Drummond, as peças
sofreram adaptações por causa de
tempo e espaço. A platéia do
Volksbühne am Rosa Luxemburg
Platz foi totalmente coberta para
dar lugar a uma pista de terra com
arquibancadas laterais para cerca
de 400 pessoas, nos moldes do
Oficina, no Bexiga paulistano.
"Temos uma fonte com cascata,
um monte Santo no balcão, canhões descendo do rudimento,
enfim, um milagre de instalações", afirma o produtor alemão
Mattias Pees. "Os técnicos já estão
participando dos ensaios e beijam
as atrizes e atores; o bombeiro
dança; o teatro todo enlouquece."
Serão duas semanas de apresentações, de hoje ao dia 24. Além das
quatro partes de "Os Sertões", de
Euclydes da Cunha ("A Terra",
"O Homem 1 - Do Pré-Homem à
Re-Volta", "O Homem 2 - Da Re-volta ao Trans-Homem" e "A Luta 1"), haverá ensaio aberto de "A
Luta 2", última estação da transposição ao teatro da obra, com
participação de Martin Wuttke.
Em paralelo a essa que é considerada a abertura oficial da temporada de outono do Volksbühne, acontecerá o show "Música
Mestiça", com o diretor, o músico
Marcelo Pellegrini e as cantoras-atrizes Adriana Capparelli, Letícia
Coura, Karina Buhr e Mariana de
Moraes. Também estão programados um debate, uma mostra de
filmes brasileiros com obras de
Glauber Rocha a Walter Salles e
uma exposição fotográfica sobre
Canudos.
(VS)
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