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Brasileiros ganham elogios da imprensa americana
Três grifes brasileiras desfilaram na temporada primavera-verão da semana de moda de
Nova York: Alexandre Herchcovitch, Carlos Miele e Rosa
Chá. Todas receberam comentários elogiosos na imprensa
norte-americana.
Herchcovitch mostrou a
mesma coleção exibida na São
Paulo Fashion Week, em junho. O site Style.com, da revista
"Vogue", ressaltou que ele é um
dos poucos designers da semana de Nova York que consegue
ser independente, flertar com o
artístico e manter também um
sólido negócio.
Miele, que só desfila em Nova
York, agradou a influente crítica Suzy Menkes, do "International Herald Tribune", para
quem a nova coleção do estilista demonstra que ele aprendeu
a mixar "o melhor dos dois
mundos", referindo-se aos estilos das Américas do Norte e do
Sul. Miele, que tem uma loja em
Nova York, abrirá uma outra
em Paris, em outubro.
O "Herald Tribune" dedicou
também, na última quarta-feira, uma grande reportagem à
moda brasileira, feita pelo jornalista Robb Young em São
Paulo, em que ele afirma que os
estilistas do país amadureceram, estão abandonando os
exotismos e as cópias.
Terra em transe
Para a revista "WWD", a Rosa Chá apresentou uma coleção
""cool" e fresca como um dia na
praia". A grife de Amir Slama
desfila apenas em Nova York, e
só na temporada de verão.
O movimento tropicalista e
as vanguardas artísticas do século 20 (futurismo, dadaísmo
etc.) foram a inspiração para
Slama fazer uma coleção ousada e ambiciosa. Ele explorou
como poucos a modelagem dos
biquínis e maiôs, arriscou nas
formas, apostou em colagens
surpreendentes, mesclando o
orgânico e o mineral, o primitivo e o futurista.
É uma coleção experimental,
ao mesmo tempo estranha e sedutora, movida por uma ambição barroca de sintetizar inúmeros signos e sentidos culturais nas pequenas peças de
beachwear. Não foi à toa que a
voz tonitruante de Glauber Rocha de repente explodiu na passarela, na delirante trilha do DJ
Zé Pedro. Também os bijoux de
Juliana Scarpa deram um toque "selvagem" aos looks.
Carlos Miele mixou, na trilha
sonora, Tom Jobim e Frank Sinatra cantando bossa nova para
indicar o seu desejo de unir, na
moda, o estilo brasileiro com o
toque americano.
A idéia pode parecer óbvia,
mas propiciou um ótimo resultado para a coleção, que conseguiu contrabalançar os elementos brasileiros caros a Miele, como os fuxicos, e uma exuberância sexy e hollywoodiana.
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