São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Brasileiros ganham elogios da imprensa americana

Três grifes brasileiras desfilaram na temporada primavera-verão da semana de moda de Nova York: Alexandre Herchcovitch, Carlos Miele e Rosa Chá. Todas receberam comentários elogiosos na imprensa norte-americana.
Herchcovitch mostrou a mesma coleção exibida na São Paulo Fashion Week, em junho. O site Style.com, da revista "Vogue", ressaltou que ele é um dos poucos designers da semana de Nova York que consegue ser independente, flertar com o artístico e manter também um sólido negócio.
Miele, que só desfila em Nova York, agradou a influente crítica Suzy Menkes, do "International Herald Tribune", para quem a nova coleção do estilista demonstra que ele aprendeu a mixar "o melhor dos dois mundos", referindo-se aos estilos das Américas do Norte e do Sul. Miele, que tem uma loja em Nova York, abrirá uma outra em Paris, em outubro.
O "Herald Tribune" dedicou também, na última quarta-feira, uma grande reportagem à moda brasileira, feita pelo jornalista Robb Young em São Paulo, em que ele afirma que os estilistas do país amadureceram, estão abandonando os exotismos e as cópias.

Terra em transe
Para a revista "WWD", a Rosa Chá apresentou uma coleção ""cool" e fresca como um dia na praia". A grife de Amir Slama desfila apenas em Nova York, e só na temporada de verão.
O movimento tropicalista e as vanguardas artísticas do século 20 (futurismo, dadaísmo etc.) foram a inspiração para Slama fazer uma coleção ousada e ambiciosa. Ele explorou como poucos a modelagem dos biquínis e maiôs, arriscou nas formas, apostou em colagens surpreendentes, mesclando o orgânico e o mineral, o primitivo e o futurista.
É uma coleção experimental, ao mesmo tempo estranha e sedutora, movida por uma ambição barroca de sintetizar inúmeros signos e sentidos culturais nas pequenas peças de beachwear. Não foi à toa que a voz tonitruante de Glauber Rocha de repente explodiu na passarela, na delirante trilha do DJ Zé Pedro. Também os bijoux de Juliana Scarpa deram um toque "selvagem" aos looks.
Carlos Miele mixou, na trilha sonora, Tom Jobim e Frank Sinatra cantando bossa nova para indicar o seu desejo de unir, na moda, o estilo brasileiro com o toque americano.
A idéia pode parecer óbvia, mas propiciou um ótimo resultado para a coleção, que conseguiu contrabalançar os elementos brasileiros caros a Miele, como os fuxicos, e uma exuberância sexy e hollywoodiana.


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