São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Coragem compensa falta de malícia

DA SUCURSAL DO RIO

Maria Rita diz que ainda não sofreu nenhum preconceito por parte de puristas do samba -o que não lhe garante a paz eterna. Com poucos anos de aprofundamento no gênero, faz algumas opções duvidosas em "Samba Meu".
Por melhor compositor que seja Arlindo Cruz, seis faixas com a sua assinatura furtam possibilidades de diversidade. Prevalecem, nos sambas de Cruz escolhidos, rimas não muito ricas, uma levada sonora que quase exige o amparo do tantan e letras com sensualidade nem sempre admirável.
As melhores da safra são "Maltratar Não É Direito" e "Tá Perdoado", esta com ótima melodia e letra que evoca jóias como "Tô Voltando" e "Samba do Grande Amor".
"Cria", de Serginho Meriti, tem resultado melhor na sua ode à maternidade (ou paternidade). Melhores ainda são os sambas sincopados: a divertida "Corpitcho" (Ronaldo Barcellos/ Picolé) e duas de Edu Krieger, "Novo Amor" e Maria do Socorro".
Maria Rita ainda não tem pós-graduação em malícia para cantar bem samba, mas tem bossa, afinação e coragem, a ponto de gravar "Mente ao Meu Coração", que já tem registro histórico de Paulinho da Viola. Ela está no ótimo caminho. (LFV)


SAMBA MEU
Artista: Maria Rita
Gravadora: Warner Music
Quanto: R$ 33
Avaliação: bom



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