São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

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Opositores de Obama criticam novo Aranha

Editor da nova HQ diz que quer entreter o público como qualquer outra mídia e chama a reação de "escapismo"

Peter Parker seguirá sendo publicado em linha de quadrinhos paralela à "Ultimate", com o herói negro


DO RIO

Saudada por boa parte da imprensa e pela porção multiétnica dos EUA, a mudança de pele do Homem-Aranha, 49 anos após sua origem, trouxe também três tipos de reação contrária logo após seu anúncio pela Marvel, no mês passado.
Os fãs, geralmente refratários a qualquer alteração em personagens queridos, chiaram logo na internet. A eles seguiram-se os racistas, com comentários preconceituosos em blogs e redes sociais.
Por fim, o tema acabou sendo visto sob a lente do polarizado e turbulento debate político dos EUA.
Opositores de Barack Obama (que já havia aparecido em uma HQ do Aranha em 2009) e porta-vozes da direita, como o radialista Glenn Beck, reclamaram.
"Ele parece com o presidente Obama", disse Beck em seu programa, no qual também associou a criação do novo herói a uma frase da primeira-dama, Michelle, em outro contexto ("Nós teremos de mudar nossas tradições").
"Isso é escapismo. Queremos entreter nossos leitores tanto quanto qualquer outra mídia", disse o editor da nova HQ, Mark Paniccia, à Folha. "Não podemos estar sempre preocupados com a política. O que importa é contar uma boa história."
A partir de hoje, a saga de origem do novo Aranha começa a ser narrada -Miles Morales exibiu o rosto brevemente numa HQ no mês passado, mas pouco se sabe sobre sua vida e seus poderes.
É claro que na bilionária indústria dos quadrinhos (cujos personagens se desdobram em cinema, TV, videogames e produtos licenciados) ninguém rasga dinheiro, ou seja: mudanças radicais vão até um certo ponto.
Peter Parker continuará vivo e usando o uniforme do Aranha numa linha de HQs que seguirá sendo publicada paralelamente à "Ultimate", nos EUA e no Brasil.
"O que normalmente ocorre nesses casos é um enorme burburinho provocado pela mudança para, depois, voltar tudo ao que era antes", diz Paulo Ramos, professor da Universidade Federal de São Paulo e especialista em HQs.
"De todo modo, há casos em que, apesar de toda a estratégia editorial envolvida, conseguem-se histórias interessantes. A 'morte' do Super-Homem, na década de 1990, foi um caso assim." (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)



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