São Paulo, terça, 14 de outubro de 1997.




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O fazendeiro e a sem-terra

VOLTAIRE DE SOUZA

A musa sem terra posou para a "Playboy". Bela mulher. Fabrício era fazendeiro. Latifundiário. Homem rico. Odiava os sem-terra. Mas gostava de mulher. Folheou a revista. "Belo latifúndio!" Ele babava. "Ê, fartura!" Fabrício era tarado por seios. "Isso é que é produtividade." A mulher de Fabrício se chamava Otília. Viu o marido entusiasmado com a sem-terra da "Playboy". Pegou a espingarda. "Eu te mato, Fabrício." Descarregou chumbo no fazendeiro folgado. "Vocês me desculpem, mas eu defendo o que é meu." Mas o coração de um homem não tem propriedade nem escritura lavrada em cartório.



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