São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2004

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SHOW

Grupo apresenta sucessos dos anos 70 como "Macho Man" e "Y.M.C.A"

Village People abre as portas de túnel do tempo em SP

ALVARO LEME
DA REPORTAGEM LOCAL

Um túnel do tempo abre as portas em São Paulo neste fim de semana. E dele saem os integrantes do Village People -um dos grupos mais famosos dos anos 70- para dois shows que prometem reunir os nostálgicos da cidade. "Muitos de nossos fãs atuais nem eram nascidos quando começamos", diz Felipe Rose, o índio da turma.
No auge da fama, em fins dos anos 70, o grupo chegou à marca de 65 milhões de discos vendidos. Entrou em declínio na década de 80, apesar de ter chegado a estrear no cinema com o filme "Can't Stop the Music". Em 1986, o divórcio: cada um tentou a sorte em carreiras solo que não decolaram. Quatro anos depois, se reuniram para gravar um disco com os maiores sucessos e, em 1995, voltaram de vez.
São justamente os grandes sucessos do grupo que prometem esquentar a platéia durante o show. Estarão lá as clássicas "Macho Man" e "Y.M.C.A", além de "Go West" e "In the Navy". Mas os rapazes prometem uma surpresa: o grupo assume de vez seu lado mais "trash" com o momento Trash Disco, uma homenagem às divas da era de ouro das discotecas. "Nada melhor do que rir de nós mesmos", conta Rose. Outra novidade do repertório é "Take My Breath Away", composta pelo David Hodo, que no grupo encarna um operário de construção.
O primeiro show do Village People no Brasil foi em 1978. Estiveram aqui pela última vez há nove anos. Foi a última visita ao país de Glenn Hughes. Ele, que arrancava suspiros da platéia como o motociclista barbudo do sexteto, morreu de câncer de pulmão, em 2001. Foi cremado vestido com as roupas de couro que usava nas apresentações. Mas, como a festa não pode acabar, seu posto passou a ser ocupado por Eric Anzalone, o único que não é dos integrantes originais da banda.
A apresentação não terá músicos. Os rapazes cantam por cima de uma base pré-gravada. É mais econômico e, segundo Felipe Rose, menos cansativo. "Quando viajávamos com banda, acabávamos virando babás deles. Dava muito trabalho."
Conversar com os integrantes da banda é um verdadeiro exercício de memória. "Você saberia onde posso encontrar um CD da cantora Maria Creusa?", pergunta Alex Briley, o soldado. "Tenho um LP, que comprei quando vim ao Brasil pela primeira vez", ele explica. "E por onde andam As Frenéticas?", pergunta Rose.
Durante a passagem pelo Brasil, os rapazes tiveram poucas chances de sair para se divertir. No Rio, tentaram ir ao Cristo Redentor. "Mas fez muito frio e não dava para ver nada com as nuvens", conta Alex. Em São Paulo, Rose deu uma passada pelo circuito de bares da rua da Consolação, nos Jardins. De comida, muito arroz com feijão. E para beber? "Caipirinha, sempre", diz Rose.
O grupo, que nesta vinda ao Brasil também fez shows em Brasília, se apresenta hoje em Porto Alegre (RS). Depois de cantar em São Paulo, voltam no domingo para os Estados Unidos para uma turnê com outro ícone da música pop americana (e do público gay): a cantora Cher.


VILLAGE PEOPLE. Onde: Tom Brasil - Nações Unidas (r. Bragança Paulista, 1.281, Santo Amaro, SP, tel. 0/xx/11/ 2163-2000). Quando: amanhã e sábado, às 22h. Quanto: de R$ 50 a R$ 140.


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