São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2004

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GASTRONOMIA

Chef Daniel Boulud traz o "centro do mundo" ao Brasil

COLUNISTA DA FOLHA

Há que se seguir um certo ritual para comer no Daniel -o principal restaurante do chef francês Daniel Boulud, em Nova York. Reservas com antecedência, bom tempo disponível (para atravessar todo o percurso do menu-degustação, senão não tem graça) e aquele fair-play para agir condignamente, sem deslumbramento aparente, enquanto se come no centro do mundo -o que significa, por exemplo, como no meu caso, fingir que não se tem idéia de quem é o ator Matt Dylon enquanto ele invade sua mesa para cantar a garçonete bonitinha que naquele momento dava atenção para você.
O Daniel não é a sensação de Nova York, como foi naqueles idos de 1993 -quando este chef lionês, hoje com 49 anos, deixou a cozinha do badaladíssimo Le Cirque para abrir sua própria casa, com seu próprio nome, depois de um aprendizado na França que passou pela cozinha de estrelas como Roger Vergé, Georges Blanc e Michel Guérard. Houve outro momento em que Daniel Boulud voltou com tudo à evidência em Nova York: foi quando o Le Cirque mudou de endereço, e o ex-empregado daquele ponto no hotel Mayfair, na esquina da Park Avenue com a rua 65, reocupou o endereço agora como patrão e onde permanece até hoje.
Se não é o fenômeno da hora em NY, ainda assim o afável Daniel continua como uma instituição americana. Seu restaurante continua sendo um ponto de celebridades, mas com certeza ele ganha mais dinheiro com seus restaurantes mais informais (dois Café Boulud -um deles na Flórida-, um bistrô DB) e principalmente com seu bufê, que organiza festas históricas como o aniversário de 75 anos da revista "Time", no Radio City Music Hall, onde estiveram comensais como o então presidente americano Bill Clinton (e o advogado da então estagiária Monica Lewinsky...), o então casal de atores Tom Cruise e Nicole Kidman, além do então e atual bilionário Bill Gates.
Depois de algumas visitas ao Brasil (e tendo cozinhado apenas em uma oportunidade, num jantar beneficente no Copacabana Palace nos anos 90), pela primeira vez Boulud fará um jantar do começo ao fim, organizado pela Flamma 2004, n'O Leopolldo Plaza. E não com pratos do café ou do bufê, mas sim do seu restaurante gastronômico. (JOSIMAR MELO)


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