|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GASTRONOMIA
Chef Daniel Boulud traz o "centro do mundo" ao Brasil
COLUNISTA DA FOLHA
Há que se seguir um certo ritual
para comer no Daniel -o principal restaurante do chef francês
Daniel Boulud, em Nova York.
Reservas com antecedência, bom
tempo disponível (para atravessar
todo o percurso do menu-degustação, senão não tem graça) e
aquele fair-play para agir condignamente, sem deslumbramento
aparente, enquanto se come no
centro do mundo -o que significa, por exemplo, como no meu
caso, fingir que não se tem idéia
de quem é o ator Matt Dylon enquanto ele invade sua mesa para
cantar a garçonete bonitinha que
naquele momento dava atenção
para você.
O Daniel não é a sensação de
Nova York, como foi naqueles
idos de 1993 -quando este chef
lionês, hoje com 49 anos, deixou a
cozinha do badaladíssimo Le Cirque para abrir sua própria casa,
com seu próprio nome, depois de
um aprendizado na França que
passou pela cozinha de estrelas
como Roger Vergé, Georges Blanc
e Michel Guérard. Houve outro
momento em que Daniel Boulud
voltou com tudo à evidência em
Nova York: foi quando o Le Cirque mudou de endereço, e o ex-empregado daquele ponto no hotel Mayfair, na esquina da Park
Avenue com a rua 65, reocupou o
endereço agora como patrão e
onde permanece até hoje.
Se não é o fenômeno da hora em
NY, ainda assim o afável Daniel
continua como uma instituição
americana. Seu restaurante continua sendo um ponto de celebridades, mas com certeza ele ganha
mais dinheiro com seus restaurantes mais informais (dois Café
Boulud -um deles na Flórida-,
um bistrô DB) e principalmente
com seu bufê, que organiza festas
históricas como o aniversário de
75 anos da revista "Time", no Radio City Music Hall, onde estiveram comensais como o então presidente americano Bill Clinton (e
o advogado da então estagiária
Monica Lewinsky...), o então casal
de atores Tom Cruise e Nicole
Kidman, além do então e atual bilionário Bill Gates.
Depois de algumas visitas ao
Brasil (e tendo cozinhado apenas
em uma oportunidade, num jantar beneficente no Copacabana
Palace nos anos 90), pela primeira
vez Boulud fará um jantar do começo ao fim, organizado pela
Flamma 2004, n'O Leopolldo Plaza. E não com pratos do café ou
do bufê, mas sim do seu restaurante gastronômico.
(JOSIMAR MELO)
Texto Anterior: Arquitetura: Frank Gehry projeta espaço cultural no novo WTC Próximo Texto: Mundo gourmet: Pizzaria Paulistana mistura apelo popular e invenções Índice
|