São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2000

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Bukassa dá força "afro" a líder

DO ENVIADO A ANTONINA

Se você ainda não conhece Bukassa Kabengele, certamente vai conhecer em breve.
Ao mesmo tempo em que estréia no cinema em "Sonhos Tropicais", esse cantor, compositor e dançarino de origem africana está lançando, no final de novembro, seu primeiro CD solo, "Quero Viver".
Segundo ele, trata-se de um disco "bastante pop, com influências da música negra norte-americana, da música brasileira e da música africana". Oito das 12 faixas são de sua autoria.
Bukassa cantou e dançou com a banda Skowa e a Máfia, com Marisa Monte e Elba Ramalho e se tornou uma das vozes negras mais solicitadas pela publicidade.
Para Ed Motta, Bukassa "é gênio, é o melhor cantor do Brasil". "Essa declaração me deixou muito lisonjeado, pois ele é uma das minhas referências, ao lado de Tim Maia, Jorge Ben, Stevie Wonder, Gilberto Gil e George Benson", afirma Bukassa.
Nascido há 30 anos na Bélgica, onde os pais, zairenses, estavam estudando, Bukassa passou a infância no Zaire (atual República do Congo), onde foi alfabetizado em francês e suaíli.
Aos 10 anos, veio com o pai -o antropólogo Kabengele Munanga, hoje professor da USP- para o Brasil. "Sou, literalmente, um afro-brasileiro."
Depois de 20 anos de Brasil (primeiro em Natal, depois em São Paulo), Bukassa Kabengele diz que já está esquecendo o suaíli. Por isso, quer fazer uma "volta à África". "Quero recuperar minhas origens, talvez com a própria arte, a própria música."
Com uma breve experiência como ator (atuou no musical "Cazas de Cazuza"), Bukassa aposta em seu carisma e em sua forte expressividade gestual para dar vida a Prata Preta, "um líder de poucas palavras e muita força interior". E aproveita cada momento no set para aprender, com os outros atores e o diretor. (JGC)



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