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ANÁLISE
Kindle traz mais vantagens para quem lê em inglês
Mesmo com poucos títulos disponíveis em português, leitor de livros eletrônico da Amazon livra consumidor brasileiro de custo e demora do frete internacional
HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS
Antes de investir R$ 1.000
num Kindle, certifique-se de
que o equipamento atenderá
bem às suas necessidades.
Como ainda levará certo
tempo para que se acumule
um razoável estoque de títulos em português -até anteontem, havia 154 obras disponíveis, entre edições lusitanas e brasileiras-, adquirir
um Kindle faz mais sentido
para quem lê compulsivamente em inglês, o idioma da
esmagadora maioria dos
376.124 itens catalogados na
livraria virtual da Amazon.
E é justamente para o leitor
de textos estrangeiros residente no Brasil que o Kindle
traz mais vantagens. Além de
as edições eletrônicas já serem mais baratas que as impressas -por razões mercadológicas, a maioria dos lançamentos custa US$ 9,99 (R$ 17)
-, o consumidor ainda se livra
do custo do frete internacional, que, no mundo em papel,
costuma ficar entre 50% (entrega padrão) e 200% (expressa) do valor de uma obra típica
(de uns US$ 15; R$ 26). Mais
importante: o livro chega no
tempo de um "down-
load". Não é mais necessário
esperar semanas a fio pelo pacote do correio.
Outra característica positiva do Kindle é que a Amazon
disponibiliza, a título de amostra grátis, o índice e o primeiro
capítulo ou a introdução de todos os itens do catálogo. Especialmente no caso de textos
mais técnicos, você pode saber
precisamente o que comprará
antes de desembolsar o dinheiro.
Quanto à leitura propriamente dita, a gente se acostuma. Ler através do aparelho
não é uma experiência dos sonhos, mas o desconforto inicial é compensado por vantagens como o dicionário inglês-inglês acoplado -basta colocar o cursor sobre a palavra
que a definição surge no pé da
tela. Outra característica valiosa é a possibilidade de sublinhar trechos e fazer pequenos
apontamentos facilmente recuperáveis. Já não é necessário dobrar o cantinho das páginas rabiscadas.
Do lado negativo, destacam-se a ausência de cores -o que
pode ser traiçoeiro em obras
que tragam gráficos- e, pelo
menos nas edições de que já
me utilizei, a inexistência de
uma forma prática de navegar
entre o texto e as notas.
Para mim, pelo menos, que
tenho um Kindle há seis meses comprado a preço norte-americano, o aparelho já "se
pagou" e, o que é mais importante, tem sido um bom companheiro.
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