São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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ANÁLISE

Kindle traz mais vantagens para quem lê em inglês

Mesmo com poucos títulos disponíveis em português, leitor de livros eletrônico da Amazon livra consumidor brasileiro de custo e demora do frete internacional

HÉLIO SCHWARTSMAN
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Antes de investir R$ 1.000 num Kindle, certifique-se de que o equipamento atenderá bem às suas necessidades.
Como ainda levará certo tempo para que se acumule um razoável estoque de títulos em português -até anteontem, havia 154 obras disponíveis, entre edições lusitanas e brasileiras-, adquirir um Kindle faz mais sentido para quem lê compulsivamente em inglês, o idioma da esmagadora maioria dos 376.124 itens catalogados na livraria virtual da Amazon.
E é justamente para o leitor de textos estrangeiros residente no Brasil que o Kindle traz mais vantagens. Além de as edições eletrônicas já serem mais baratas que as impressas -por razões mercadológicas, a maioria dos lançamentos custa US$ 9,99 (R$ 17) -, o consumidor ainda se livra do custo do frete internacional, que, no mundo em papel, costuma ficar entre 50% (entrega padrão) e 200% (expressa) do valor de uma obra típica (de uns US$ 15; R$ 26). Mais importante: o livro chega no tempo de um "down- load". Não é mais necessário esperar semanas a fio pelo pacote do correio.
Outra característica positiva do Kindle é que a Amazon disponibiliza, a título de amostra grátis, o índice e o primeiro capítulo ou a introdução de todos os itens do catálogo. Especialmente no caso de textos mais técnicos, você pode saber precisamente o que comprará antes de desembolsar o dinheiro.
Quanto à leitura propriamente dita, a gente se acostuma. Ler através do aparelho não é uma experiência dos sonhos, mas o desconforto inicial é compensado por vantagens como o dicionário inglês-inglês acoplado -basta colocar o cursor sobre a palavra que a definição surge no pé da tela. Outra característica valiosa é a possibilidade de sublinhar trechos e fazer pequenos apontamentos facilmente recuperáveis. Já não é necessário dobrar o cantinho das páginas rabiscadas.
Do lado negativo, destacam-se a ausência de cores -o que pode ser traiçoeiro em obras que tragam gráficos- e, pelo menos nas edições de que já me utilizei, a inexistência de uma forma prática de navegar entre o texto e as notas.
Para mim, pelo menos, que tenho um Kindle há seis meses comprado a preço norte-americano, o aparelho já "se pagou" e, o que é mais importante, tem sido um bom companheiro.


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