|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Site abriga biografias, poemas
e depoimentos de homicidas
especial para a Folha
Eles falam! Não no mesmo tom
refinado com que se revelaram ao
"repórter" Truman Capote em
"A Sangue Frio", mas com a lógica não-sequencial característica da
Rede.
É como se a Internet tivesse aberto janelas em celas de corredores
da morte de várias prisões norte-americanas. Por elas, serial killers
que aguardam a cadeira elétrica divulgam pensamentos, ficções e
canções, além de expor "obras de
arte" feitas na reclusão.
O "milagre de comunicação"
acontece no site "Os serial killers
em suas próprias palavras", mantido por Sondra London -
http://www.sondralondon.com -
e "banido" em agosto último pelo
host America On Line, o maior dos
EUA, por pressão do governador
do Estado de Wyoming, Jim Geringer.
Com a "expulsão", Sondra ganhou enorme publicidade e não teve dificuldades em encontrar um
novo lar na Web.
O site traz biografias detalhadas
de quatro condenados, além de
seus contos, poemas, bilhetes e
cartas. Há ainda desenhos e telas
feitas nas celas.
O arquivo mais rico é o do "Retalhador de Gainesville" -Danny
Rolling, que estuprou e cortou em
pedaços cinco colegiais da Flórida.
London alimenta relacionamento
especial com Rolling, embora tudo
seja transmitido via procuradores.
Com ele, chegou a celebrar um
casamento virtual (clique em
"cyber wedding"), com alianças
elegantes desenhadas pelo condenado etc.
Em galeria virtual (clique sobre
"Killer Art"), Rolling e London
põem à venda várias telas a óleo e
desenhos. As imagens são próximas à arte brut ou naif, porém a
tela "A Árvore", que custa US$
1.200, indica que o assassino conhece a obra expressionista de
Munch.
Sondra, que gosta de se nomear
"Eris Discordia" (divindade grega do caos), escreveu um livro sobre o caso Rolling, "The Making
of a Serial Killer", e atualmente está sendo focalizada em um filme.
Em seu site, London amplia a voz
de outros três assassinos. Entre
eles o "Matador que Cruzou o
País", Glenn Rogers, a quem são
creditadas mais de 70 mortes.
A Internet abriga mais de uma
centena de sites com o tema "serial killer", desde arquivos detalhados sobre o "patrono" Jack, O
Estripador até e-zines norte-americanos dedicados a este ou aquele
matador em especial.
(AM)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|