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Festival de blues é de dar inveja a norte-americanos
EDSON FRANCO
Editor de Veículos
É de dar inveja em paulistano e
em norte-americano também. Nos
EUA, há muito festival de blues
metido a bacana que não consegue
juntar o mesmo time que São Carlos está prestes a ver.
Várias correntes do blues (de
Chicago, acústico e soul-blues)
contemporâneo estarão representadas por músicos que se encontram em ótima forma.
Quem programou o festival mostrou entender do riscado ao fechar
o evento com o guitarrista Magic
Slim e sua banda, The Teardrops,
para pôr ponto final no evento.
Tratado nos EUA como um tesouro nacional, Slim é dono do
mais coeso grupo de blues em atividade.
Lançado neste ano, seu último
disco, "Black Tornado", dispensa
frescuras. Duas guitarras, baixo e
bateria. Assim foi no estúdio, assim será em São Carlos.
Já livre do estigma de clone de
Chuck Berry, Eddy "The Chief"
Clearwater vem dando aulas de como deve ser tocada a guitarra no
mais genuíno estilo de Chicago.
Felizmente, Clearwater não conseguiu se livrar do principal fator
que associava seu trabalho ao de
Berry: seus shows são tão demolidores quanto aqueles do dito pai
do rock'n'roll.
Velho conhecido dos palcos nacionais, Duke Robillard deve mostrar a sua bem-sucedida mistura
de blues e jazz. Tomara que dessa
vez ele traga um naipe de metais, o
melhor contraponto para a sua
guitarra cheia de suingue.
Fãs de gaita vão tomar um banho
de tradição no show de Carey Bell,
músico que aprendeu a tocar em
seu Mississippi nativo e apurou o
estilo em Chicago.
Criativas e cativantes, as três senhoras que formam o grupo Saffire the Uppity Blues Women começaram como historiadoras do
blues.
Como, em vez do que saía da boca, os alunos gostavam mais do
que saía das mãos dessas senhoras,
elas decidiram perpetuar nos palcos o apelo do blues acústico das
primeiras divas do estilo.
A única atração questionável entre os músicos internacionais é
também a mais famosa. Trata-se
de Ike Turner, cantor e guitarrista
que, depois das surras em Tina
Turner, vem vagando pelos palcos
-principalmente europeus-
tentando provar que ainda é capaz
de entreter uma platéia.
Durante uma apresentação em
Londres, em abril do ano passado,
ele não conseguiu. Ao lado do ótimo guitarrista britânico Otis
Grand, Turner desafinou e tocou
notas erradas no piano e na guitarra. Deu dó.
Pelo lado nacional, o gaiteiro Flavio Guimarães, a Orquestra Paulista de Soul e o grupo Big Allambick
fazem as honras da casa.
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