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OUTRO LADO
Presidente da fundação defende contrato
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Funarte,
Márcio de Souza, diz que a
Atração Fonográfica foi a única
gravadora que se interessou em
recuperar o acervo da instituição. Segundo ele, esse foi o motivo da contratação direta da
empresa, sem haver licitação
pública.
"Trata-se de um acervo
imenso, de mais de 120 títulos,
que estava registrado em velhos discos de vinil. A fundação
não teve nenhuma despesa
com a reedição desse material",
afirmou.
Segundo Márcio de Souza, a
fundação não teria recursos para regravar o material em CD
por iniciativa própria. A Funarte tem um orçamento anual de
R$ 22 milhões, dos quais R$ 12
milhões são gastos com pagamento de funcionários.
Ele ainda diz que não fez licitação pública porque o contrato não envolvia desembolso financeiro por parte da Funarte.
"Nesses casos, a gente decide
de acordo com as ofertas que
nos são feitas."
Ele argumenta que a reedição
do acervo musical da instituição seria um negócio inexpressivo do ponto de vista comercial e que a fundação não encarou o projeto sob o prisma financeiro. "Muitas vezes, o benefício não é material. É mais
importante tornar o acervo
acessível ao público do que o
lucro."
Márcio de Souza avalia o
acordo com a Atração Fonográfica como positivo para a
fundação. Diz que, no final do
contrato, a Funarte receberá as
matrizes recuperadas pela gravadora e poderá, a partir delas,
tirar novas edições com outras
gravadoras.
Ele diz que a Associação de
Amigos da Funarte se interpôs
na relação entre a fundação e a
gravadora para simplificar os
procedimentos burocráticos,
inclusive no pagamento dos direitos dos intérpretes.
Segundo Souza, a associação
presta contas de cada projeto
ao Ministério da Cultura. Ele,
no entanto, não concordou em
mostrar a prestação de contas
do contrato com a gravadora,
dizendo que só tomaria tal medida por ordem judicial. "Não
vou me submeter a uma auditoria da Folha", afirmou.
(EL)
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