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Livro autobiográfico abre reedição em 22 volumes da obra completa do líder modernista
Memórias sentimentais de Oswald de Andrade
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um microartigo publicado
no número 2 da revista "Klaxon",
em junho de 80 anos atrás, Oswald de Andrade faz uma defesa
curiosa. Como relata Alfredo Bosi, em seu "História Concisa da Literatura Brasileira", "afirma que o
"eu instrumento não deve aparecer" na poesia moderna, o que implica a construção formal objetiva
pregada pelos futuristas (...)".
A Terra não tinha completado
seu giro anual pelo Sol e lá estava
Oswald publicando o romance
"Memórias Sentimentais de João
Miramar", transbordando de
"eu" a literatura brasileira. E assim foi, até o final.
Pois é com o último, e mais "eu"
de seus muitos trabalhos, que Oswald começa a voltar com tudo
-e mais um pouco- às livrarias
de todo o país. Na próxima semana elas começam a receber uma
nova edição de "Um Homem sem
Profissão", as memórias mais do
que sentimentais do antropófago-mor. Último livro publicado em
vida pelo autor, o trabalho é o primeiro dos 22 volumes que a editora Globo vai relançar do escritor.
Supervisionada pelo professor
da USP Jorge Schwartz, oswaldiano de longa data, a "rentré" tem
novo projeto gráfico, textos revisados e estabelecidos e, mimo
maior, inéditos.
"Um Homem sem Profissão",
que nesta edição volta a ter o seu
subtítulo completo original, "Memórias e Confissões - Sob as Ordens de Mamãe", traz cinco textos
nunca publicados.
O quinteto de inéditos ajuda a
emoldurar o jorro que o já veterano Oswald, 64, coloca no papel
nas memórias, seguindo conselho
de um jovem crítico que o visitara. "Antonio Candido diz que
uma literatura só adquire maioridade com memórias, cartas e documentos pessoais e me fez jurar
que tentarei escrever já este diário
confessional. Pois, se é preciso começar, comecemos pelo começo", escreve Oswald no livro.
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