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CINEMA
"The Limey", "Garotos Não Choram" e "Eleição" lideram corrida ao "Oscar" independente
Lynch e Soderbergh são favoritos indies
AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas
O nostálgico policial "The Limey", de Steven Soderbergh, o
drama "Garotos Não Choram",
de Kimberly Peirce, e a comédia
adolescente "Eleição", de Alexander Payne, lideram, com cinco indicações cada, a corrida ao Prêmio do Espírito Independente,
concedido anualmente nos EUA
pelo Independent Feature Project
(IDF).
Em sua 15ª edição, o "Oscar"
dos independentes será entregue,
neste ano, no dia 25 de março, um
dia antes do verdadeiro Oscar,
coordenado pela Academia de
Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.
"The Limey", que aqui poderia
ser entitulado "O Inglês", confronta dois ícones do cinema dos
anos 60. Terence Stamp ("Teorema") sai da prisão disposto a vingar a morte da filha. O último namorado dela, um produtor musical vivido por Peter Fonda ("Sem
Destino"), é o alvo.
Com esse policial de personagens, Soderbergh reencontra o
sucesso na seara independente
que o projetou há uma década
com "Sexo, Mentiras e Videotape". Concorre nas categorias de
melhor filme, diretor, roteiro
(Lem Dobbs), ator (Stamp) e ator
coadjuvante (Luis Guzman).
Por sua vez, "Garotos Não Choram", filme de estréia de Kimberly Peirce, remete imediatamente ao brasileiro "Vera" (1986),
de Sérgio Toledo.
Ambos tratam da crise da identidade sexual de belas e jovens garotas.
Vera revelou Ana Beatriz Nogueira, melhor atriz em Berlim-87
e um talento subutilizado desde
então. Brandon Teena consagra
agora Hilary Swank, cujo principal papel anterior havia sido substituir Ralph Maschio em "Karate
Kid 4".
Assim como Nogueira, Swank é
do balacobaco. Compõe com sutileza e dignidade, para muito
além dos estereótipos, o desafiador personagem de uma jovem
que se faz passar por rapaz.
Swank já venceu três prêmios
de melhor atriz de associações
americanas de críticos (Boston,
Los Angeles e Nova York). Foi indicada ao Globo de Ouro. Só um
escândalo a impedirá de concorrer ao Oscar.
"Garotos Não Choram" concorre a melhor primeiro filme com
orçamento superior a US$ 500
mil, melhor roteiro de estreante
(Peirce e Andy Bienen), atriz, atriz
coadjuvante (a extraordinária
Chloe Sevigny) e produtor (Eva
Kolodner, indicada ainda por
"Hide and Seek").
Já "Eleição" extrai humor trabalhando em ambiente colegial os
métodos americanos de política.
Vai disputar os prêmios de melhor filme, diretor (Payne), roteiro (Payne e Jim Taylor), atriz
(Reese Witherspoon) e atriz estreante (Jessica Campbell).
Além de "Limey" e "Eleição", a
lista de concorrentes a melhor filme inclui "A História de
Straight", de David Lynch, "A
Fortuna de Cookie", de Robert
Altman, e "Sugar Town" (Cidade
de Açúcar), de Allison Anders e
Kurt Voss. Entre os cinco, o favoritismo balança entre Soderbergh
e Lynch.
Mestre do thriller barroco
("Twin Peaks"), Lynch reinventa
a si próprio em "A História de
Straight". Narrado de forma simples e direta, "Straight" é uma
odisséia pelo interior dos EUA e
pelo universo dos idosos.
O enredo verídico foi apresentado ao cineasta por sua companheira, a roteirista Mary Sweeney.
Um velho fazendeiro corta os
EUA de trator para reencontrar o
irmão adoentado. Richard Farnsworth, coadjuvante de John Ford
e outros menos dotados, tem aqui
o solo de sua carreira. É candidatíssimo, aqui e ao Oscar.
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