São Paulo, Sábado, 15 de Janeiro de 2000


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MÚSICA
Professores estrangeiros participam da oficina na sua 18ª edição
Curitiba debate influência musical em 84 cursos

MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas


As diversas influências sofridas pela música brasileira, desde o período colonial até hoje, estão em cena na 18ª edição da Oficina de Música de Curitiba.
O evento, que acontece entre os dias 10 e 30 deste mês, abre a programação ano 2000 da Fundação Cultural de Curitiba e faz parte das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.
A oficina oferece 84 cursos de música, divididos entre as etapas erudita e popular.
A etapa de música erudita -que começou no dia 10 e vai até o dia 19- tem 49 cursos, que abrangem prática instrumental e vocal, conjunto e regência, estruturação musical e didática.
A etapa de música popular -de 20 a 30 de janeiro- oferece 35 cursos de prática instrumental, vocal e de conjunto, estruturação musical e pesquisa, didática e atividade infanto-juvenil.
A programação inclui também o 4º Simpósio Latino-Americano de Musicologia (entre os dias 20 e 23 de janeiro).

Influências
Neste ano, o simpósio vai enfocar a influência que a música brasileira recebeu da música portuguesa no período colonial, especialmente por ocasião da catequese, da música italiana nos séculos 18 e 19, da música negra e da indígena, entre outras, até as tendências contemporâneas.
Também serão debatidas as relações entre música e religiosidade na América Latina, com destaque para a presença da música na igreja evangélica de hoje.
O objetivo é estabelecer relações entre os estudos musicológicos brasileiros e hispano-americanos. Para tanto, participam das discussões pesquisadores do Brasil e convidados de Cuba, Bolívia, Argentina e Estados Unidos.
Para Elizabeth Serafim, flautista e organizadora do evento desde sua primeira edição, a Oficina de Música de Curitiba "instituiu no Brasil um modelo novo de curso de música".
Segundo ela, essa nova forma é diferente do que ocorre em geral durante os festivais, "em que os grandes artistas vêm, tocam e vão embora".
No modelo da Oficina de Curitiba, a ênfase está no aluno, diz Serafim. "Os professores que vêm se dedicam integralmente aos alunos. Eles também podem tocar se quiserem, mas tudo é dirigido para os alunos, os espaços para tocar, a atenção, o tempo e o palco. Assim é que nós temos de 60 a 80 concertos em 20 dias e quase 1.500 alunos inscritos."
Os alunos, de todo o Brasil e de países vizinhos, participam de cursos e recitais sob a orientação de professores brasileiros e estrangeiros.
Os professores estrangeiros convidados são da Holanda, França, Alemanha, Inglaterra, Noruega, Suíça e Argentina. Os concertos são abertos ao público e realizados em parques, igrejas, colégios e teatros.

Música antiga
A programação inclui ainda o 8º Encontro de Música Antiga, que aborda interpretação barroca no canto, música medieval, barroca e renascentista e instrumentos antigos, como alaúde, teorba, flauta, cravo, viola da gamba e guitarra barroca.
Na área de música erudita, os cursos mais procurados são os de violino.
Na oficina de MPB, o curso de Informática Aplicada à Música, que estréia neste ano na grade de opções, teve as inscrições esgotadas logo no início.

Livro
Outros destaques da 18ª Oficina são o curso História e Análise da Música Popular Brasileira (ministrado pelo maestro Roberto Gnatalli), a apresentação da Orquestra de Violoncelos de Belém do Pará (formada por jovens instrumentistas na faixa etária de 17 anos) e o lançamento do livro "Um Olhar Sobre a Música Antiga - 50 Anos de História no Brasil".
A obra, da musicista e professora Kristina Augustin, trata do movimento de resgate da música antiga no Brasil, iniciado pelos imigrantes europeus no final da década de 30.
Informações sobre cursos e inscrições podem ser obtidas pelo telefone 0/xx/41/222-2190.

E-mailforadaqui@uol.com.br


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