|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Professores estrangeiros participam da oficina na sua 18ª edição
Curitiba debate influência musical em 84 cursos
MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas
As diversas influências sofridas
pela música brasileira, desde o período colonial até hoje,
estão em cena na
18ª edição da Oficina de Música
de Curitiba.
O evento, que acontece entre os
dias 10 e 30 deste mês, abre a programação ano 2000 da Fundação
Cultural de Curitiba e faz parte
das comemorações dos 500 anos
do Descobrimento do Brasil.
A oficina oferece 84 cursos de
música, divididos entre as etapas
erudita e popular.
A etapa de música erudita
-que começou no dia 10 e vai até
o dia 19- tem 49 cursos, que
abrangem prática instrumental e
vocal, conjunto e regência, estruturação musical e didática.
A etapa de música popular -de
20 a 30 de janeiro- oferece 35
cursos de prática instrumental,
vocal e de conjunto, estruturação
musical e pesquisa, didática e atividade infanto-juvenil.
A programação inclui também
o 4º Simpósio Latino-Americano
de Musicologia (entre os dias 20 e
23 de janeiro).
Influências
Neste ano, o simpósio vai enfocar a influência que a música brasileira recebeu da música portuguesa no período colonial, especialmente por ocasião da catequese, da música italiana nos séculos
18 e 19, da música negra e da indígena, entre outras, até as tendências contemporâneas.
Também serão debatidas as relações entre música e religiosidade na América Latina, com destaque para a presença da música na
igreja evangélica de hoje.
O objetivo é estabelecer relações
entre os estudos musicológicos
brasileiros e hispano-americanos.
Para tanto, participam das discussões pesquisadores do Brasil e
convidados de Cuba, Bolívia, Argentina e Estados Unidos.
Para Elizabeth Serafim, flautista
e organizadora do evento desde
sua primeira edição, a Oficina de
Música de Curitiba "instituiu no
Brasil um modelo novo de curso
de música".
Segundo ela, essa nova forma é
diferente do que ocorre em geral
durante os festivais, "em que os
grandes artistas vêm, tocam e vão
embora".
No modelo da Oficina de Curitiba, a ênfase está no aluno, diz Serafim. "Os professores que vêm se
dedicam integralmente aos alunos. Eles também podem tocar se
quiserem, mas tudo é dirigido para os alunos, os espaços para tocar, a atenção, o tempo e o palco.
Assim é que nós temos de 60 a 80
concertos em 20 dias e quase 1.500
alunos inscritos."
Os alunos, de todo o Brasil e de
países vizinhos, participam de
cursos e recitais sob a orientação
de professores brasileiros e estrangeiros.
Os professores estrangeiros
convidados são da Holanda,
França, Alemanha, Inglaterra,
Noruega, Suíça e Argentina. Os
concertos são abertos ao público e
realizados em parques, igrejas,
colégios e teatros.
Música antiga
A programação inclui ainda o
8º Encontro de Música Antiga,
que aborda interpretação barroca
no canto, música medieval, barroca e renascentista e instrumentos antigos, como alaúde, teorba,
flauta, cravo, viola da gamba e
guitarra barroca.
Na área de música erudita, os
cursos mais procurados são os
de violino.
Na oficina de MPB, o curso de
Informática Aplicada à Música,
que estréia neste ano na grade de
opções, teve as inscrições esgotadas logo no início.
Livro
Outros destaques da 18ª Oficina são o curso História e Análise
da Música Popular Brasileira
(ministrado pelo maestro Roberto Gnatalli), a apresentação
da Orquestra de Violoncelos de
Belém do Pará (formada por jovens instrumentistas na faixa
etária de 17 anos) e o lançamento
do livro "Um Olhar Sobre a Música Antiga - 50 Anos de História
no Brasil".
A obra, da musicista e professora Kristina Augustin, trata do
movimento de resgate da música
antiga no Brasil, iniciado pelos
imigrantes europeus no final da
década de 30.
Informações sobre cursos e
inscrições podem ser obtidas pelo telefone 0/xx/41/222-2190.
E-mailforadaqui@uol.com.br
Texto Anterior: Sete filmes concorrem por efeitos Próximo Texto: Festival de verão reúne a MPB feita no Brasil e no mundo Índice
|