São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2001

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ROCK IN RIO

O efeito Guns

Noite de ontem foi a mais confusa desde o início do festival; mesmo com reforço de policiais, público derruba grade e filas duram até 2 horas

Ana Branco/Agência O Globo
Axl Rose, o vocalista do Guns N' Roses, no Rio


CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO

Duas filas gigantescas, com mais de 2 km de extensão, mostraram o poder de fogo do Guns N" Roses, no terceiro e mais confuso dia do Rock in Rio. Os adolescentes chegaram em peso à Cidade do Rock, a maioria com os indefectíveis lencinhos na cabeça, imitando o ídolo Axl Rose.

O vocalista iria abrir o show, o último da noite, com "Welcome to the Jungle" e incluir no set de músicas versão em inglês de "Sossego", sucesso de Tim Maia, rebatizada de "Robin Portuguese".
Na chegada à Cidade do Rock, um esquema especial tentava organizar a multidão. A Polícia Militar aumentou seu efetivo de 1.200 para 1.700 homens. A segurança particular do festival, que era de 750 homens nos dois primeiros dias, foi dobrada. Mas, no início da tarde, um empurra-empurra provocou um princípio de confusão. As grades que delimitavam o espaço para a entrada do público caíram, e muitas pessoas aproveitaram para furar a fila.
Os fãs esperaram até duas horas nas filas, segundo estimativa da PM. A massa de pessoas tinha uma extensão de 500 metros. Pai de dois garotos, o industrial Jaroslav Duchnichy, 45, reclamava: "A entrada está muito desorganizada. Não existe orientação de que existe uma (terceira) fila menor, de pessoas que chegam do outro lado. Saímos da outra fila, onde ficamos durante uma hora e meia, e entramos nessa, mais rápida".
O estudante de engenharia Marcos Antônio Ferreira, 21, mandava o recado: "Pode reclamar com o (Roberto) Medina. Estamos há duas horas na fila. Há poucos orientadores por aqui".
A organização do festival informou que o grande público para o show do Guns já era esperado. Mas que as pessoas aproveitaram para ir à praia e chegaram mais tarde à Cidade do Rock.
O comandante-geral da PM do Estado do Rio, coronel Wilton Ribeiro, no entanto, disse que já havia fãs na Cidade do Rock desde a madrugada. "Hoje eles chegaram mais cedo. Desde as 3h tinha gente. É o conjunto que atrai a multidão, um público na faixa dos 14 aos 18 anos. Já esperávamos em torno de 180 a 200 mil pessoas. São dois Maracanãs lotados", disse, afirmando que a PM também será reforçada no dias 18 e 21.


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