São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2001 |
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"Isso não aconteceria na Bahia", afirma DOS ENVIADOS AO RIO Carlinhos Brown já esperava a reação agressiva de parte do público ao seu show. "Sou transgressor. Vim aqui por aquela coisa da paz. Se não fosse assim não teria graça", disse, após deixar o camarim. Segundo ele, a atitude foi típica de jovens cariocas. "Isso não aconteceria na Bahia, onde os jovens são disciplinados." Calmo, pouco mais de meia hora depois de ter deixado o palco, Brown usou um argumento à baiana para comentar o episódio. "Sou filho de Ogum e isso atrai essas coisas." Segundo ele, a má receptividade talvez ocorresse em qualquer outro dia de show, independente de ter os fãs no Guns N" Roses na platéia. "Não é feio gostar de Guns, é feio não gostar do Brasil", disse. Para Brown, "o roqueiro, no fundo, é uma pessoa doce. O rock'n'roll é a coisa mais infantil que tem, não tem diferença em relação à Xuxa; pesada é uma escola de samba (...), mas o roqueiro tem um comportamento retrógrado, de se vestir de preto...". O fato de o episódio ter acontecido num festival que prega um mundo melhor é visto por Brown com preocupação. "Esses meninos são todos saudáveis, criados no "Toddy". Precisam aprender a entender o Brasil." O produtor Roberto Medina elogiou a atitude de Brown, de reagir também agressivamente: "Ele foi bem. Foi agressivo, e aí rolou legal", exagerou, sem mencionar frases do cantor como "o dedinho pode enfiar no traseiro". (ISRAEL DO VALE E PEDRO ALEXANDRE SANCHES) Texto Anterior: Domingo: Sob garrafas, Brown tenta salvar a pátria Próximo Texto: Sábado: Referências a 1985 contaminam parte brasileira Índice |
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