São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2001

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FOO FIGHTERS


Banda devolve o rock para o festival de rock



DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO



Enfim, às 23h45 de sábado, o Rock in Rio 3 começou a justificar seu nome e gigantismo, graças ao contagiante show da banda americana Foo Fighters, capitaneada por Dave Grohl, o cara mais simpático do rock mundial.
Não demorou muitos acordes e pronto, Grohl já era o melhor amigo de boa parte das 190 mil pessoas que se juntaram diante do Palco Mundo para ver um pálido Beck, um contagiante Foo Fighters e um soberbo REM.
Foo Fighters é rock'n'roll dos bons, e o festival estava precisando de um, depois de umas 13 horas de embaço por um mundo melhor.
Coube a Dave Grohl, ex-baterista do Nirvana e hoje ótimo guitarrista e showman, quebrar a divisa do oba-oba do agrado geral com o que realmente dignifica um festival de rock: grandes bandas e um público "gente fina" para acompanhá-las.
Então, mesmo com um sistema de som vacilante, o Foo Fighters, sob o forte comando de Grohl, trouxe à Cidade do Rock uma ventania rara, chuva de leques, cabeças balançantes e rodas abertas no meio do público.
Como se fosse um manifesto roqueiro, a banda abriu seu show com a sintomática e bem escolhida "Breakout", hino de seu mais recente álbum, "There Is Nothing Left to Lose": três minutos de barulho (por um festival melhor).
Logo de saída Grohl deu gritos de "Riooooo" e convidou o público a cantar o refrão. Era hora de se divertir.

Camisetas Depois veio "My Hero", e quem assistiu à MTV nos últimos anos acompanhou entusiasticamente. No hit "Learn to Fly", Grohl pediu ao público licença para "copiar" o show do James Taylor, do dia anterior, e ordenou a todos tirar a camiseta e girá-la sobre a cabeça. Desejo prontamente atendido, mesmo todos sabendo que o ocorrido na véspera eram lenços brancos (e não camisetas), acenados na abertura oficial (não no show de Taylor). Sem problemas, Grohl agradeceu reverberando um sonoro arroto pelas potentes caixas do Rock in Rio. Rock'n'roll moleque que a platéia adora.
Mais duas canções ("Big Me" e "Stacked Actors", que contou com um duelo de baterias entre o ótimo Taylor Hawkins e Grohl, reassumindo seu passado) e o show entrava no domingo, dia do aniversário de 32 anos do vocalista do Foo Fighters.
Enquanto a banda puxava "Parabéns pra Você", Grohl recebia um bolo das mãos da namorada, Melissa Auf der Maur, ex-baixista do Hole e Smashing Pumpkins. Era a maior festinha de aniversário da história do rock, com 190 mil convidados e transmissão ao vivo pela TV.
Daí para o final, o Foo Fighters seguiu sua infalível fórmula pop de divertir o público com baladinhas gostosas e pedradas de fazer o termômetro subir dos 36º para uns 70º. E dá-lhe "Next Year", "This Is a Call", e o "grand finale", "Everlong".
Com essa apresentação do Foo Fighters (e depois o REM), o Rock in Rio viveu seu primeiro dia de Reading Festival, Glastonbury e começou a fazer história. Já era hora. (LR)


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