São Paulo, quinta-feira, 15 de fevereiro de 2001

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RELÂMPAGOS
Noturnos JOÃO GILBERTO NOLL

Um homem, ainda sujeito às tempestades, entra num bar. Senta-se junto ao balcão, perto de outro homem nas mesmas condições -seja qual for a substância que uma tempestade possa oferecer a dois seres entre a madurez e a velhice. Diga-se, ambos ainda distantes dos traços mortuários. Mas já intratáveis para novas aventuras físicas ou morais. Do suor das calvas se evaporam, lentamente, seus antigos mananciais de metafísica. "E daí?", perguntaria o leitor, ávido por histórias em que duas pessoas encontram a solução tardia para nada. O certo é que as frontes boêmias caíram sobre o balcão, inebriadas pela promessa do sono. O barman os sacode: "É hora!". "Do quê?", sussurra um deles. O outro, nem aí. Exala um sorriso -de pura mansidão...


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