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ERIKA PALOMINO
Nova York traz novo vocabulário fashion
Começa a temporada internacional de desfiles do prêt-à-porter inverno 2002/2003, a primeira depois do 11 de setembro que
mudou o mundo -o da moda
também. Esta semana rolaram
as coleções em NY,com a cidade
ainda envolta em bandeiras. Os
estilistas ainda tateiam para encontrar um estilo -que inclui
também o modelo de apresentação dessas coleções. A palavra
"apropriado" é incorporada ao
vocabulário fashion. "É uma nova consciência", declarou Donna Karan, um dos símbolos do
NY style. Todos enfrentam problemas de varejo e esperam ver
tudo melhorar até o final do ano.
Por enquanto, o consumidor está reagindo somente a promoções e ofertas.
A Seventh on Sixth (nome oficial da semana) vem mais básica
(menos desfiles, salas menores,
pouca badalação). Os desfiles
também são mais curtos, com
menos looks (32 tem sido o número). A estação está mais contida. Não é para menos: foi interrompida em seu quarto dia pelos ataques ao World Trade Center. Em alguns momentos, as
comparações ocuparam mais
espaço na mídia do que as coleções dos estilistas, propriamente
ditas. E o fato de Marc Jacobs ter
feito (mais) um desfile cheio de
buzz, atrasos e celebrities -como nos velhos tempos- deixou
revoltados, por exemplo, os jornalistas do "New York Times",
incomodados sobretudo pelo
fato de a coleção ter sido mostrada na New York State Armory,
que serviu em setembro como
enfermaria improvisada. Influenciados pela sensação de
desconforto, seus críticos detonaram um desfile elogiado pelo
restante da mídia especializada.
Até o fato de Jacobs usar uma
modelo para cada uma das 42
entradas na passarela foi massacrado -como símbolo de gastança desenfreada. A crítica Ginia Bellafante escreveu: "Nada
disso teria importado se suas
roupas servissem ao propósito
da moda ou, no mínimo, expressassem uma visão coerente. Jacobs hesita como um estudante
que nunca vai se formar por não
conseguir encontrar um tópico
para sua tese". Xiii...
De toda forma, esta temporada nova-iorquina entra para a
história por marcar a volta de
Nicolas Ghesquière, o mais influente -portanto copiado-
estilista do momento no planeta. Designer da Balenciaga, ele
muda de novo, avançando agora
do patchwork do verão para vestidos curtos cubistas, casacões
com lã de carneiro (não parece
Karlla Girotto?!), jaquetas de
motociclistas com grandes golas
e inacreditáveis jeans claros, de
cintura alta. Socorro! Vamos
usar esse tipo de calça? Vamos.
Pior é que vamos.
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