São Paulo, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2002

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CARL COX, ENTÃO
Quem foi ver Carl Cox em Maresias não se arrependeu. Em sua primeira visita ao Brasil, o supermegatop DJ inglês deu show de carisma. Brincou de MC, falando no microfone direto, levantando a multidão que lotou as tendas do espaço Bavaria Vibe. "As pessoas gritavam muito, o vibe estava absurdo", diz Flavinha Ceccato. A animada promoter Eli Iwasa voltou para casa contente. "Ele fez um set funky, groove, deixou as pessoas histéricas. Podia ter tocado qualquer coisa, pois tinha o público na palma da mão."
Como era de se esperar, Cox foi comercial, pendendo para o progressive (educados pelo Sirena, o povo de Maresias adora o gênero). Cox costuma mesmo tocar para o povo (é só ver seus CDs mixados). "A gente faz tanto para que as pessoas ouçam música de qualidade, daí vem um dos melhores do mundo e faz um set supercomercial. Ele podia ter tocado algo mais underground, mais autêntico, que todo mundo ia gostar mesmo assim", reclama o DJ George Actv, lembrando a histórica vinda de Laurent Garnier.
Outro chocho: Mau Mau, que abriu para Cox, foi orientado para tocar "nem muito alto, nem muito animado, nem muito pesado" -para não ofuscar o convidado. Essas seriam exigências do próprio Carl Cox. Será que ele pediria isso mesmo? Bem, repete-se a sina de brasileiros que abrem para internacionais: síndrome de Rock in Rio. No Rio, Cox entrou depois de Ricardinho NS, que tocou lenha pura, e seguiu na mesma batida, descendo a lenha também. Não agradou. "Não foi um puta set", disse o top clubber Fernando Moreno. Atrasou mais de uma hora para entrar e parecia cansado: não interagiu com o público. E diz que, no camarote do desfile das escolas de samba, Cox também não gostou: não conseguia "sentir" a bateria.


Colaborou Camila Yahn, free-lance para a Folha

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