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MODA
Louis Vuitton vem clássica; temporada do prêt-à-porter de outono-inverno 2002 termina oficialmente hoje em Paris
Chanel põe consumidoras jovens na mira
ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A PARIS
O desfile da maison Chanel, desenhada por Karl Lagerfeld, foi a
última grande apresentação da
temporada de prêt-à-porter de
outono-inverno 2002/2003, em
Paris. Em clima de superprodução, a lendária casa francesa reuniu cerca de 2.000 pessoas na
maior sala do Carrousel do Louvre, endereço central dos desfiles.
Se Gabrielle Coco Chanel fez
história na moda a partir dos anos
20, cabe a Karl Lagerfeld a missão
de fazer com que a maison cumpra sua tarefa de atender às endinheiradas e tradicionais consumidoras da marca, mas também de
manter acesa a chama do interesse jovem. Não é tarefa fácil.
Para atender ao segundo grupo,
a Chanel apresentou na passarela
um show ao vivo da banda belga
Vive La Fête, uma das favoritas
entre os fashionistas. A vocalista
Els Pynoo, espécie de clone versão
2002 da louraça Debbie Harry,
abriu o desfile, se postando no
palquinho giratório e disparando
seus hits electro-synth, gemendo
e fazendo dancinha. Alguns pareciam meio chocados, mas como
trilha sonora foi perfeito.
A coleção tem como principal
fundamento uma nova proporção, mais alongada, com valorização da cintura. A bota de cano alto, com um tipo de polaina acoplada, é o principal acessório, ajudando a desenhar a silhueta, em
couro ou mesmo forrada no mesmo jacquard dos tailleurs.
O preto mais uma vez é a base,
desdobrado em grandes mantôs,
nos conjuntinhos ou nas minissaias em evasê, usadas com legging estampado de flor branca ou
nos Cs que são o logo da maison.
Na jaquetinha branca, o hype
são os broches com símbolos da
casa, como o próprio casaco, a camélia. Os óculos desta estação são
tipo mosca, e além da bota, sandálias com flor têm perfume boudoir, completos pelo lindo pegnoir branco de babados da modelo Annouk. No final, sandálias de
salto vazado de metal compunham o look da beleza, com pingentes metálicos.
Foi um desfile "sério", quase
clássico. Como a Louis Vuitton,
que desfilou mais uma vez no prédio de janelas transparentes do
parque André Citroen. Aparentemente, as modernidades ficaram
restritas às linhas do estilista Marc
Jacobs, a que leva seu nome e sua
segunda marca, a Marc. Os preços
são altos, o material e acabamento
são de primeira, e o foco é a consumidora jet setter de luxo.
A imagem mais forte é a do final, com saias de tiras de pele e
cashmere, complemento aos vestidos de plumas (os mais diferenciados da coleção) e aos suaves
looks de top de cetim champagne
com efeito combinação. O acessório hit é a bolsinha de malha metálica em monograma, de alças
compridas, usada atravessada,
em dourado. As botas são de cano
alto, sem salto, ou sapatos de salto
baixo, forradas ou não de cetim.
Em sua segunda coleção para
Chloé, Phoebe Philo prova que está em sintonia com o perfil da
marca e que Stella McCartney não
faz falta. O espírito jet-setter de
Thalitha Getty, ícone dos anos 70
e inspiração da estilista em sua coleção de verão 2002, continua nos
principais looks do inverno. Os
destaques são bermudas de couro
pelo joelho, jaquetas em estilo militar com abotoamento lateral,
calças marinheiro em lã e a jaquetinha de pele de carneiro.
Stella McCartney trouxe um militarismo soft, com jaquetas e parkas de costuras aparentes usadas
sobre calças de cetim e legs.
O desfile do brasileiro Icarius
aconteceu ontem. Hoje, oficialmente, termina a temporada em
Paris.
Com "Fashion Wire Daily"
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