São Paulo, sexta-feira, 15 de março de 2002

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MODA

Louis Vuitton vem clássica; temporada do prêt-à-porter de outono-inverno 2002 termina oficialmente hoje em Paris

Chanel põe consumidoras jovens na mira

ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

O desfile da maison Chanel, desenhada por Karl Lagerfeld, foi a última grande apresentação da temporada de prêt-à-porter de outono-inverno 2002/2003, em Paris. Em clima de superprodução, a lendária casa francesa reuniu cerca de 2.000 pessoas na maior sala do Carrousel do Louvre, endereço central dos desfiles.
Se Gabrielle Coco Chanel fez história na moda a partir dos anos 20, cabe a Karl Lagerfeld a missão de fazer com que a maison cumpra sua tarefa de atender às endinheiradas e tradicionais consumidoras da marca, mas também de manter acesa a chama do interesse jovem. Não é tarefa fácil.
Para atender ao segundo grupo, a Chanel apresentou na passarela um show ao vivo da banda belga Vive La Fête, uma das favoritas entre os fashionistas. A vocalista Els Pynoo, espécie de clone versão 2002 da louraça Debbie Harry, abriu o desfile, se postando no palquinho giratório e disparando seus hits electro-synth, gemendo e fazendo dancinha. Alguns pareciam meio chocados, mas como trilha sonora foi perfeito.
A coleção tem como principal fundamento uma nova proporção, mais alongada, com valorização da cintura. A bota de cano alto, com um tipo de polaina acoplada, é o principal acessório, ajudando a desenhar a silhueta, em couro ou mesmo forrada no mesmo jacquard dos tailleurs.
O preto mais uma vez é a base, desdobrado em grandes mantôs, nos conjuntinhos ou nas minissaias em evasê, usadas com legging estampado de flor branca ou nos Cs que são o logo da maison.
Na jaquetinha branca, o hype são os broches com símbolos da casa, como o próprio casaco, a camélia. Os óculos desta estação são tipo mosca, e além da bota, sandálias com flor têm perfume boudoir, completos pelo lindo pegnoir branco de babados da modelo Annouk. No final, sandálias de salto vazado de metal compunham o look da beleza, com pingentes metálicos.
Foi um desfile "sério", quase clássico. Como a Louis Vuitton, que desfilou mais uma vez no prédio de janelas transparentes do parque André Citroen. Aparentemente, as modernidades ficaram restritas às linhas do estilista Marc Jacobs, a que leva seu nome e sua segunda marca, a Marc. Os preços são altos, o material e acabamento são de primeira, e o foco é a consumidora jet setter de luxo.
A imagem mais forte é a do final, com saias de tiras de pele e cashmere, complemento aos vestidos de plumas (os mais diferenciados da coleção) e aos suaves looks de top de cetim champagne com efeito combinação. O acessório hit é a bolsinha de malha metálica em monograma, de alças compridas, usada atravessada, em dourado. As botas são de cano alto, sem salto, ou sapatos de salto baixo, forradas ou não de cetim.
Em sua segunda coleção para Chloé, Phoebe Philo prova que está em sintonia com o perfil da marca e que Stella McCartney não faz falta. O espírito jet-setter de Thalitha Getty, ícone dos anos 70 e inspiração da estilista em sua coleção de verão 2002, continua nos principais looks do inverno. Os destaques são bermudas de couro pelo joelho, jaquetas em estilo militar com abotoamento lateral, calças marinheiro em lã e a jaquetinha de pele de carneiro.
Stella McCartney trouxe um militarismo soft, com jaquetas e parkas de costuras aparentes usadas sobre calças de cetim e legs.
O desfile do brasileiro Icarius aconteceu ontem. Hoje, oficialmente, termina a temporada em Paris.


Com "Fashion Wire Daily"


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