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TEATRO
Documentário com Leona Cavalli traça panorama da interpretação no Brasil
Telecurso de atuação
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um documentário com a professora Blanche Dubois, a prostituta Geni, a atriz Cacilda Becker e
Ophélia, a irmã de Hamlet.
São algumas das personagens
de "O Processo Criativo de uma
Atriz: Leona Cavalli por Maria
Thereza Vargas". O vídeo dirigido
por Cecília Gobeth e Sérgio Roizenblit será lançado em maio, no
Cinesesc de São Paulo, e distribuído com fins pedagógicos para oficinas culturais do Estado.
O documentário é um bate-papo da pesquisadora Vargas, 74,
com a atriz Cavalli, 33, sobre a
construção de papéis embrionários de Tennessee Williams, Nelson Rodrigues, José Celso Martinez Corrêa ou William Shakespeare, para citar alguns autores.
Em 50 minutos de uma conversa entremeada por trechos de espetáculos, o projeto pretende
contextualizar a arte da interpretação contemporânea por meio
da trajetória de uma atriz que despontou nos anos 90.
"Temos a oportunidade de ouvir e refletir sobre o trabalho de
uma jovem intérprete, seu cotidiano, sua sensibilidade, sua técnica e sua época", diz Vargas.
Segundo a pesquisadora, o vídeo serve como introdução comparativa entre os grandes intérpretes que surgiram no país entre
os anos 20 e 60 (Apolônia Pinto,
Dulcina de Moraes, Cacilda Becker etc) e os atores dos anos 90, a
geração de Cavalli.
A principal distinção, de acordo
com a pesquisadora, está na "ausência de personalismo" e na
"disponibilidade para trabalhar
com o outro em grupo", apesar da
sina solitária que marcaria os processos criativos de hoje.
Leona Cavalli diz se ver no vídeo
despida, pela primeira vez, de
uma personagem propriamente
dita, sem a emoção que expôs em
pelo menos 14 produções teatrais
desde o primeiro passo profissional, em 86. "É estimulante ser observada dentro de uma perspectiva histórica situada pela Maria
Thereza em seu breve panorama
da interpretação no Brasil", diz a
atriz gaúcha de Rosário do Sul.
Não é exatamente nova a relação com o "olho desconhecido"
da câmara, como diz Cavalli. Ela
fez televisão contracenando com
Sérgio Reis em programa sertanejo e ascendeu para o cinema em
"Um Céu de Estrelas" (1995),de
Tata Amaral, para não parar mais.
Está, por exemplo, em "Carandiru", de Hector Babenco. No teatro, volta ao cartaz no próximo dia 24, dirigida por Paulo Autran
em "Vestir o Pai".
O vídeo custou R$ 9 mil e foi
realizado pela Oficina Cultural
Oswald de Andrade, ligada à Secretaria de Estado da Cultura.
O PROCESSO CRIATIVO DE UMA
ATRIZ: LEONA CAVALLI POR MARIA
THEREZA VARGAS. Direção: Cecília
Gobeth e Sérgio Roizenblit. Lançamento
dia 20/5, às 21h, para convidados, no
Cinesesc (r. Augusta, 2.075, tel. 0/xx/11/
3082-0213). Encontros com a
pesquisadora e a atriz nos dias 25, 26 e
27/5, com entrada franca.
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