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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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TEATRO

Documentário com Leona Cavalli traça panorama da interpretação no Brasil

Telecurso de atuação

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um documentário com a professora Blanche Dubois, a prostituta Geni, a atriz Cacilda Becker e Ophélia, a irmã de Hamlet.
São algumas das personagens de "O Processo Criativo de uma Atriz: Leona Cavalli por Maria Thereza Vargas". O vídeo dirigido por Cecília Gobeth e Sérgio Roizenblit será lançado em maio, no Cinesesc de São Paulo, e distribuído com fins pedagógicos para oficinas culturais do Estado.
O documentário é um bate-papo da pesquisadora Vargas, 74, com a atriz Cavalli, 33, sobre a construção de papéis embrionários de Tennessee Williams, Nelson Rodrigues, José Celso Martinez Corrêa ou William Shakespeare, para citar alguns autores.
Em 50 minutos de uma conversa entremeada por trechos de espetáculos, o projeto pretende contextualizar a arte da interpretação contemporânea por meio da trajetória de uma atriz que despontou nos anos 90.
"Temos a oportunidade de ouvir e refletir sobre o trabalho de uma jovem intérprete, seu cotidiano, sua sensibilidade, sua técnica e sua época", diz Vargas.
Segundo a pesquisadora, o vídeo serve como introdução comparativa entre os grandes intérpretes que surgiram no país entre os anos 20 e 60 (Apolônia Pinto, Dulcina de Moraes, Cacilda Becker etc) e os atores dos anos 90, a geração de Cavalli.
A principal distinção, de acordo com a pesquisadora, está na "ausência de personalismo" e na "disponibilidade para trabalhar com o outro em grupo", apesar da sina solitária que marcaria os processos criativos de hoje.
Leona Cavalli diz se ver no vídeo despida, pela primeira vez, de uma personagem propriamente dita, sem a emoção que expôs em pelo menos 14 produções teatrais desde o primeiro passo profissional, em 86. "É estimulante ser observada dentro de uma perspectiva histórica situada pela Maria Thereza em seu breve panorama da interpretação no Brasil", diz a atriz gaúcha de Rosário do Sul.
Não é exatamente nova a relação com o "olho desconhecido" da câmara, como diz Cavalli. Ela fez televisão contracenando com Sérgio Reis em programa sertanejo e ascendeu para o cinema em "Um Céu de Estrelas" (1995),de Tata Amaral, para não parar mais. Está, por exemplo, em "Carandiru", de Hector Babenco. No teatro, volta ao cartaz no próximo dia 24, dirigida por Paulo Autran em "Vestir o Pai".
O vídeo custou R$ 9 mil e foi realizado pela Oficina Cultural Oswald de Andrade, ligada à Secretaria de Estado da Cultura.


O PROCESSO CRIATIVO DE UMA ATRIZ: LEONA CAVALLI POR MARIA THEREZA VARGAS. Direção: Cecília Gobeth e Sérgio Roizenblit. Lançamento dia 20/5, às 21h, para convidados, no Cinesesc (r. Augusta, 2.075, tel. 0/xx/11/ 3082-0213). Encontros com a pesquisadora e a atriz nos dias 25, 26 e 27/5, com entrada franca.


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