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Política não ofuscou importância lingüística
ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO
Se as opiniões políticas muito à
esquerda de Noam Chomsky estão longe de ser unanimidade, é
difícil ouvir voz dissonante quanto à sua contribuição para a lingüística, área a que se dedicou em
50 anos de vida acadêmica e que
foi por ele revolucionada com a
teoria da gramática gerativa, nos
anos 50 e, há dez anos, ganhou
também a contribuição de seu
"programa minimalista".
"Noam Chomsky é um dos
maiores lingüistas do século 20.
Ele revolucionou por completo a
lingüística ao definir a linguagem
como uma faculdade biológica",
afirma a professora Charlotte Galves, diretora do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp.
Para Milton do Nascimento,
professor da pós-graduação da
PUC-MG, "Chomsky são vários:
reformula periodicamente a própria teoria, mantendo seu objeto,
mas fazendo-a avançar. Provocou
revolução ao mudar o foco da investigação lingüística e a colocou
na interface de outras ciências".
"Sua influência foi para além do
domínio da linguística e esteve na
base da criação das ciências da
cognição", diz Eduardo Raposo,
professor na Universidade da Califórnia em Santa Barbara.
"Quando esteve no Brasil, num
jantar em casa da lingüista Cristina Altman, perguntamos a ele, referindo-nos às suas duas características tão aparentemente distantes (a radicalidade lingüística e a
radicalidade política), se para cada uma utilizava um lado diferente do cérebro. Com inteligência e
humor, defendeu suas formas de
enfrentar a vida e dela participar
ativamente", conta Beth Brait,
professora na pós-graduação em
lingüística na USP e na PUC-SP.
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