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TELEVISÃO
Record e Rede TV! entram na disputa com a Globo pela comercialização de seus programas em outros países
TVs ampliam vendas ao mercado externo
MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
A televisão brasileira está de
olho no mercado internacional.
Cada vez mais, as produções utilizam aspectos locais e de regionalidade como características que
possam interessar ao público-alvo do exterior, além de adequar
seus conteúdos a uma certa universalização de temas.
O mercado de vendas de produtos brasileiros está em alta entre
produtoras e emissoras do exterior. Ainda neste ano, o país deve
ser tema de uma grande feira internacional de TV que acontece
em outubro.
A Rede Globo, que desde 1973
comercializa suas novelas -a
primeira foi "O Bem Amado",
exibida no Uruguai-, domina o
mercado entre as TVs abertas.
Exibiu "Terra Nostra", seu produto de maior sucesso, em 84 países
e ainda tem expectativas de vender mais, segundo Ricardo Scalamandré, 53, diretor da divisão de
negócios internacionais da emissora. "As nossas novelas têm qualidade e isso vende", diz.
Concorrência
A Globo não está mais sozinha.
Além das produtoras independentes (leia texto abaixo), outras
emissoras também querem brigar
por uma fatia do bolo. É o caso da
Record, que, depois de obter sucesso com o remake de "A Escrava Isaura", vendeu a novela para
Portugal, Venezuela e Equador e
deve fechar com Chile, Aruba, Índia, Colômbia, Paraguai, Uruguai
e Argentina.
A Rede TV!, surpreendentemente, também entrou no mercado internacional. O azarão Amílcare Dallevo Jr., 47, presidente da
emissora, comemora a venda do
"Teste de Fidelidade", apresentado pelo humorista João Kléber,
para Portugal. "Na realidade, a
gente nunca ligou muito para o
mercado internacional porque estamos arrumando a casa internamente, mas recebemos uma série
de convites para comercializar fora do país. Semana passada fizemos uma reunião e decidimos estruturar uma área internacional
para comercializar nossos outros
produtos", afirma.
João Kléber já é sucesso em Portugal -segundo Dallevo Jr., na
semana passada, o programa teve
um share (participação de televisores ligados no canal) de 66%. O
programa foi vendido a 10 mil
(cerca de R$ 31 mil), quase metade do custo de produção aqui.
Agora, a atração é negociada
com a Itália. O plano é vender ainda o sitcom infanto-juvenil "Vila
Maluca" e o humorístico "Pânico
na TV".
Conteúdo
De acordo com a Globo, o modelo de negócios que a emissora
quer seguir é a produção de novelas internacionais. Foi o que aconteceu com "Vale Tudo", que teve
uma versão espanhola produzida
no Brasil para a Telemundo.
Segundo ele, a Globo já optou
por modelos de co-produção com
Portugal e Itália. Ele cita "Os
Maias" e "Esperança", ambos
com gravações específicas nos
países e com participação de atores estrangeiros. "A influência estrangeira no conteúdo da novela é
zero, como foi feito em "Esperança". Quando a gente fala em produção, estamos focando o mercado brasileiro. Tudo o que pudermos fazer para melhorar a venda
internacional sem prejudicar o
mercado brasileiro, faremos."
Ele nega que a atual "América"
seja feita sob medida para a venda
internacional. "A gente recebe ligações perguntando quando teremos o produto para venda, dublado. Provavelmente, ela será lançada somente no segundo semestre
do ano que vem no mercado internacional. Não é uma grande
expectativa, pois o tema é quente
somente para os EUA", diz.
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