Zeviani seduz NY sem bossa nova

DA REPORTAGEM LOCAL

A fama em outras terras aconteceu com Bebel Gilberto, nos Estados Unidos, com Cibelle, em Londres, e pode estar prestes a rolar também com Karina Zeviani, 30.
Brasileira morando há dois anos em Nova York, a cantora é conhecida na badalada região do East Village, onde se apresenta semanalmente no bar Nublu. Foi lá que o cantor David Byrne a ouviu e sugeriu seu nome ao projeto eletrônico Thievery Corporation, que procurava uma vocalista brasileira para as performances de seu álbum "The Cosmic Game".
"Vou participar do próximo disco deles e também da turnê", diz Karina, integrada aos shows.
Ela está de passagem por aqui, bancando com o próprio dinheiro um circuito que estreou no Rio de Janeiro e que, nesta semana, passa pela capital paulista e pelo interior do Estado, incluindo sua cidade natal, Jaboticabal. "Faço questão de tocar no Brasil, para ver a reação das pessoas."
Karina não tem um superprodutor ao seu lado, como foi Suba para Bebel ou Apollo Nove para Cibelle. Ela coproduziu um EP com cinco faixas e está em estúdio gravando um disco, que pretende lançar neste ano. "Algumas gravadoras estão interessadas", diz.
Karina faz música brasileira com pitadas de rock e eletrônica. Até aí, muita gente faz. O que tem encantado lá fora é que a mistura passa longe da bossa nova. "Gosto demais de música nordestina: maracatu, forró, baião", diz ela, que ainda cita referências de fado, samba-de-roda e música africana. Para conferir a mistura: http:// myspace.com/karinazeviani. (ADRIANA FERREIRA SILVA)