São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011 |
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CRÍTICA DVD Primeiro "Orgulho e Preconceito" evoca aura do passado Versão pioneira da obra de Jane Austen para as telas possui brilho e peso das convenções dos estúdios MGM CRÍTICO DA FOLHA Já nas primeiras imagens sabe-se que "Orgulho e Preconceito" é um filme da Metro dos anos 1930 ou 40: o familiar e o sofisticado que o filme afeta nos parecem, hoje, quase uma paródia da ideia de sofisticação. Esse mundo hoje nos soa um faz-de-conta para crianças, até porque se tratava, em boa medida, de infantilizar os espectadores. Ao mesmo tempo, estranhamente, existe um encanto que se insinua. Aos poucos tendemos a esquecer, por exemplo, que Greer Garson, aos 36, está longe de ser a jovem que esperamos de Elizabeth Bennet. Aos poucos, somos seduzidos também por um sombrio Laurence Olivier e, por que não, pela fábula da mãe de classe média e grosseira que tenta casar suas belas filhas com jovens endinheirados. Sim, porque nesse sentido a MGM tratava menos do século 19 do que de mudanças de costumes que, naquele momento, já se anunciavam. Garotas mais espertas e independentes, por exemplo, faziam parte desse admirável mundo novo (talvez por acaso, Aldous Huxley é um dos roteiristas do filme). À elegância do elenco principal corresponde a direção elegante de Robert Z. Leonard, que por vezes parece coreografar os movimentos de sua câmera como se dirigisse um musical. Entrementes, a senhora Bennett se esforça para casar as filhas, até demais. As moças driblam pretendentes insuportáveis: estamos nesse momento de passagem, em que o amor passa a se impor sobre as convenções sociais. No entanto, ao mesmo tempo que reconhecemos e mesmo nos deixamos envolver pelas evidentes virtudes do padrão Metro de qualidade, tendemos a não nos deixar levar pelas convenções (cinematográficas) de época. O encanto que "Orgulho e Preconceito" pode produzir hoje é, em grande medida, o de encontrar um passado notável do cinema. O desencanto, também presente, vem da inescapável sensação de que este passado, de fato, passou. (INÁCIO ARAUJO) ORGULHO E PRECONCEITO DISTRIBUIÇÃO Versátil QUANTO R$ 40, em média CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Vanessa vê TV: História triste Próximo Texto: Maria Callas demonstra vigor e intensidade em "La Gioconda" Índice | Comunicar Erros |
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