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Mostra tem várias atrções
do enviado especial a Cannes
A 51ª rodada de Cannes tem
atrações de estontear qualquer cinéfilo. Uma curiosidade na lista da
competição: o filme mais longo,
"Henry Fool", de Hal Hartley,
dura 2h17; "Abril", do cáustico
humorista italiano Nanni Moretti,
apenas 1h18. Vai ser mais fácil pular de um filme para outro e tentar
manter a média de seis a sete longas a ver por dia.
As simpatias são abundantes.
Por ordem alfabética (dos filmes
em competição), começa com o
grego Theo Angelopoulos ("Um
Dia a Eternidade"). Traz o "anjo
alemão" Bruno Ganz e roteiro do
mestre italiano Tonino Guerra.
Prossegue com Hector Babenco,
é claro, e seu "Coração Iluminado". Além de Hal Hartley, o godardiano de Nova York, e Nanni
Moretti, o kiarostamiano de Roma, as simpatias e curiosidades se
concentram sobre as novidades
trazidas de Taiwan por Hou
Hsiao-hsien ("Flores de Shangai") e Tsai Ming-liang ("O Buraco"). Ambos já ganharam o Leão
de Ouro em Veneza e são reverenciados por seus exercícios minimalistas. Hsiao-hsien recria a atmosfera de bordéis de luxo onde a
rapaziada da elite chinesa do fim
do século passado ia tomar ópio.
Um século depois, mais um fim
de século, agora no filme de Tsai
Ming-liang. Claustrofóbico e cruel
como em "O Rio", Ming-liang
explora agora as condições de um
fim de mundo, sete dias antes das
comemorações do ano 2000.
O filme de Ming-liang faz parte
da série "O Ano 2000 Visto
por...", da qual faz parte o novo
filme de Walter Salles (com a
co-direção de Daniela Thomas),
"Midnight". O brasileiro, na versão reduzida para a TV, passa em
Cannes em uma única sessão para
convidados, nesta segunda.
"Midnight" está sendo disputado
pelas seleções dos festivais de Locarno e de Veneza.
No ano da Copa, apenas um filme parece ligar para o fato. Justo o
do ativista inglês Ken Loach.
"Meu Nome É Joe" segue a decadência de um ex-jogador de futebol alcoólatra que se apaixona por
sua assistente social.
Outro imperdível da lista da Palma de Ouro será "Os Idiotas", de
Lars von Trier, uma ode à idiotice.
Um grupo de amigos disputa a
competência dos atos mais estúpidos envolvendo membros da própria família.
(LEON CAKOFF)
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