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ARTES PLÁSTICAS
Galerista Thomas Cohn diz que reportagem publicada na revista é publicidade de apenas uma galeria paulista
Polêmica coloca brasileiros na "Flash Art"
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
Duas das mais importantes galerias brasileiras, a Thomas Cohn e a
Camargo Vilaça, tiveram um destaque insólito na última edição da
revista de arte "Flash Art".
Thomas Cohn assinou uma carta
ao editor Giancarlo Politi em que
disse, entre outras coisas, que uma
reportagem intitulada "Aperto
Brazil", assinada pelo crítico Ruben Gallo, havia se tornado "não
mais não menos que duas páginas
coloridas de publicidade grátis de
uma galeria de São Paulo".
A Camargo Vilaça foi mencionada na resposta de Politi, que argumentou que o espaço editorial da
revista era desvinculado da publicidade e complementou: "E nesse
caso em particular, a galeria Camargo Vilaça -que eu considero
uma das mais interessantes galerias brasileiras- não compra publicidade em nossa revista".
O imbróglio começou em outubro último, quando Ruben Gallo
publicou uma reportagem em que
citava seis artistas brasileiros: Ernesto Neto, Valeska Soares, Jac
Leirner, Adriana Varejão, Rosângela Rennó e Vik Muniz, todos do
cast da Camargo Vilaça.
"Eu simplesmente disse que eles
escolhessem melhor seus articulistas. Não me incomoda uma matéria sobre arte brasileira, mas a matéria tem muita cara de ser dirigida. É estranho que uma matéria fale de seis artistas de uma única galeria. Temos muitas galerias com
bons artistas no país. Se estivéssemos no Azerbaijão...", disse Cohn.
O galerista Marcantonio Vilaça,
por sua vez, ficou satisfeito com a
reportagem. "Várias vezes meus
artistas já foram prejudicados por
essa atitude politicamente correta
de o crítico ter que dividir o espaço
entre várias galerias", disse.
Em sua resposta a Thomas Cohn,
Politi afirmou que a "Flash Art"
nunca foi uma revista democrática
e que a reportagem não se pretendia uma pesquisa sociológica sobre a arte jovem no país, mas sim
"uma mostra hipotética que reflete
o ponto de vista de um de nossos
colaboradores".
"Acho que foi uma leviandade
dele, de quem eu gosto muito, mas
que não entende nada de política
de arte e não pegou essa coincidência", disse Cohn.
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