São Paulo, Sábado, 15 de Maio de 1999
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"Devo lutar pelo drum'n'bass local"

da Redação

Não é pouco: DJ do mês da edição de maio da revista de comportamento e cultura jovem "i-D"; DJ do mês da "Musik" de abril, publicação especializada em música eletrônica e clubes, um das maiores do gênero; concorre hoje como DJ revelação do prêmio da revista "Knowledge", de drum'n'bass; foi DJ revelação da "DJ Sound"; é citado em várias publicações inglesas do gênero como o novo "sabor" do d+b, a renovação temperada para o então modorrento cenário baixo-e-bateria inglês.
Com tantos galardões, hoje o DJ Marky se apresenta no Close-Up Planet antes de Roni Size, um dos mais importantes DJs e produtores de d+b atuais, subir ao palco.
É a sua maior apresentação. E a primeira ao ar livre. "Toquei no máximo para 5.000 pessoas em clubes. Hoje haverá mais hits e menos novidades porque o público é grande", diz Marky, que ainda não havia decidido se usaria dois ou três toca-discos na apresentação.
Marky é classificado como o "DJ número um do Brasil" na Inglaterra. E tal reconhecimento não tem nenhuma relação com samba, exotismo, bundas, baianas, bananas, tão apreciados pelos países do hemisfério acima. É "apenas" o seu som, a música, o que importa.
"O maior sonho da minha vida era tocar na Inglaterra, mas não sabia que seria tão rápido", afirma Marky, referindo-se ao berço do d+b e por onde não passa despercebido por vendedores de lojas de discos, em Londres.
Realizado esse sonho, qual o próximo? "Conquistar o meu espaço aqui no Brasil e lá na Inglaterra e que haja mais intercâmbio entre os gêneros musicais, como house, tecno, d+b, que as pessoas não fiquem limitadas, abram seus ouvidos", diz Marky, o DJ mais sorridente e simpático do Brasil.
Território ele inegavelmente já conquistou, mas vai ampliá-lo quando sair o seu primeiro disco, um álbum de compilações a ser lançado em junho pela Paradoxx, cujo nome ainda não está definido. DJ Die, E-Z Rollers, DJ Swift, Ed Rush & Optical são alguns dos nomes de peso, cujas músicas serão remixadas por Marky.
E o disco com músicas próprias? "O primeiro está sendo produzido agora pelo DJ (paulistano) Xerxes", afirma. "Serão lançados vários singles, a partir de agosto, pela V Recordings, cujas músicas terão nomes de jogos do videogame Atari, como "Sea Quest"." Depois, diz ele modestamente, vê se é possível um álbum.
Agenda cheia até o final do ano, com apresentações em Amsterdã (daqui a duas semanas), no Canadá, na Turquia (em agosto, com Roni Size, Carl Cox), no próximo réveillon, no Mass, uma igreja abandonada em Brixton, sul de Londres, além da noite Movement na capital inglesa, Marky não pensa em morar em outro país. "O meu empresário (Paulo Ricardo) acha -e eu concordo- que devo permanecer no Brasil para lutar mais pela cena d+b local. Às vezes penso em me mudar para perto, no mesmo bairro." (MN)


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