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Clube londrino urra quando o paulistano toca
do enviado a Londres
A despeito das publicações inglesas que o consideram o DJ do mês
(na Inglaterra qualquer coisa é "do
mês", de sanduíche a filme),
Marky, ex-Marky Mark -para
evitar confusões com o nome que o
ator Mark Wahlberg usava quando
era "rapper"-, é um verdadeiro
assombro atrás dos três toca-discos que controla quando está num
clube, basta checar no Lov.e (SP).
Não sem motivo, a Inglaterra se
rende ao paulistano da Penha. Há
"algo mais" em Marky. Isso fica
evidente na noite Movement, do
Bar Rumba, em Piccadilly Circus,
Londres, onde o DJ toca mensalmente -às vezes bimensalmente.
Na noite de drum'n'bass, às
quintas, o lugar, despojado, fica
quase lotado das mais variadas espécies: brancos, negros, clubbers,
mauricinhos, cybermanos (sim,
também os há em Londres: são de
origem indiana), neo-hippies, reggaemen... Cada um com estilos de
vida e de dançar bem distintos.
No último dia 6, Marky tocou da
0h30 à 1h30, numa apresentação-surpresa, ocasional. Foi o único
dos quatro DJs da noite que era recebido a cada música, a cada virada, a cada "scratch" (som do movimento do vinil girado ao contrário) com urros de torcida de futebol. Foi o único a ter fotógrafos e
jornalistas ingleses na frente dos
seus toca-discos.
Com discos recém-comprados
em mãos, Marky impressionava
pela versatilidade e rapidez nas
pick-ups, criando um som rico,
mais veloz e feroz que o usual, com
variações e climas interessantes.
Talvez Jumping Jack Frost e Roni
Size se assemelhem. Só talvez, porque é notório seu estilo peculiar:
Marky dança, sorri e vibra durante
a noite, uma energia diferente da
dos demais DJs da noite com piloto
automático acionado.
E é exatamente isso que agrada à
Inglaterra: a novidade. A "new
school" do d+b, o novo vindo da
periferia de São Paulo. O que é normal, segundo o próprio Marky: "A
periferia é a primeira a aceitar novos gêneros musicais, somos mais
receptivos. Depois de ganhar a periferia, a música chega aos Jardins
(bairro nobre da capital paulista).
Com o hip hop aconteceu a mesma
coisa". Só cego não vê.
(MARCELO NEGROMONTE)
O jornalista
Marcelo Negromonte viajou a convite da Close-Up.
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