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Nnenna Freelon canta no Brasil para mudar de vida
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez a cantora de
jazz norte-americana Nnenna
Freelon canta no Brasil. Ela chega
a São Paulo com a expectativa que
"nunca mais será a mesma" após
a breve estadia.
Ela canta hoje à noite na versão
paulistana do festival de Montreaux. Freelon entrou para o universo do jazz apadrinhada pelo
pianista Ellis Marsalis.
Quem não conseguir assistir ao
concerto de hoje à noite, terá ainda a oportunidade de ouvi-la no
domingo, em show gratuito no
parque Ibirapuera, às 11h.
Sobre os shows e seus futuros
projetos, a cantora concedeu, por
telefone, a seguinte entrevista à
Folha, antes de chegar ao Brasil:
Folha - Quais são suas expectativas em cantar aqui?
Nnenna Freelon - Estou muito
excitada em ir ao Brasil, desde
criança penso em visitar o país. A
música brasileira me encanta há
muito tempo.
Adoro músicos como Egberto
Gismonti, Caetano Veloso e tantos brasileiros que encontro em
festivais de jazz e são pessoas
amáveis, que me parecem como
as pessoas do sul dos Estados Unidos, gente real. Sinto que será como retornar a algum lugar onde já
estive.
Folha - Uma das canções que você
gravou, "I Live to Love You", é de
Oscar Castro-Neves.
Freelon - Eu o encontrei antes de
gravar essa canção e combinamos
que ele será o produtor do álbum
com músicas brasileiras que quero fazer.
Folha - E quando você grava esse
disco?
Freelon - Sempre achei que não
seria correto gravar um álbum de
músicas brasileiras sem conhecer
o país. Acho importante beber,
comer e estar com os brasileiros,
participar um pouco da cultura,
antes de qualquer coisa. Mas,
após a viagem, quero fazê-lo de
qualquer maneira.
Folha - Quando será seu próximo
lançamento?
Freelon - Acabo de gravar o CD
"Soul Call", que será lançado em
setembro. É um projeto com canções que ouvia quando criança
em igrejas. Não é gospel, mas músicas de uma perspectiva espiritual, com canções como "Just in
Time" e "Let It Be Me".
Folha - Que canções você planeja
cantar aqui?
Freelon - Além de cantar músicas do novo álbum, estou ensaiando "Nada Será como Antes"
(e canta um trecho em inglês) e
"Travessia", do Milton Nascimento. Também acabo de descobrir uma cantora maravilhosa
chamada Maria Bethania, e preciso encontrar mais CDs dela. Ela
tem uma voz belíssima e espiritual. Quero também conhecer novas músicas, pois acho que essa
viagem vai mudar minha vida, isso parece loucura? (risos)
Folha - Não...
Freelon - Eu tenho a impressão
de que vou encontrar alguém ou
alguma música que me emocione,
e eu nunca serei a mesma novamente.
Folha - E quanto tempo você passa aqui para que isso ocorra?
Freelon - Bem, não será muito
tempo, apenas até o dia 18, porque tenho que voltar para gravar
canções para um filme, onde também vou atuar pela primeira vez
no cinema.
Folha - E para que filme?
Freelon - É um filme da Sony
chamado "What Women Want"
(O Que as Mulheres Querem),
com direção de Nancy Meyer. Eu
não sei o que ela vai dizer que as
mulheres querem, mas assim é o
nome, e será estrelado por Mel
Gibson e Helen Hunt.
Folha - São muitas novidades...
Freelon - Sim, mas estou cantando há quase 20 anos e, para chegar
nisso, levou muito tempo de amadurecimento e crescimento. Foi
uma verdadeira jornada.
Show: Festival de Montreux em SP: Franco Ambrosetti e Nnenna Freelon
Quando: hoje, às 22h
Onde: Bourbon Street (r. do Chanés, 127, Moema, tel. 0/xx/11/542-1927)
Quanto: R$ 35 a R$ 50
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