São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2000


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Nnenna Freelon canta no Brasil para mudar de vida

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez a cantora de jazz norte-americana Nnenna Freelon canta no Brasil. Ela chega a São Paulo com a expectativa que "nunca mais será a mesma" após a breve estadia.
Ela canta hoje à noite na versão paulistana do festival de Montreaux. Freelon entrou para o universo do jazz apadrinhada pelo pianista Ellis Marsalis.
Quem não conseguir assistir ao concerto de hoje à noite, terá ainda a oportunidade de ouvi-la no domingo, em show gratuito no parque Ibirapuera, às 11h.
Sobre os shows e seus futuros projetos, a cantora concedeu, por telefone, a seguinte entrevista à Folha, antes de chegar ao Brasil:

Folha - Quais são suas expectativas em cantar aqui?
Nnenna Freelon -
Estou muito excitada em ir ao Brasil, desde criança penso em visitar o país. A música brasileira me encanta há muito tempo.
Adoro músicos como Egberto Gismonti, Caetano Veloso e tantos brasileiros que encontro em festivais de jazz e são pessoas amáveis, que me parecem como as pessoas do sul dos Estados Unidos, gente real. Sinto que será como retornar a algum lugar onde já estive.

Folha - Uma das canções que você gravou, "I Live to Love You", é de Oscar Castro-Neves.
Freelon -
Eu o encontrei antes de gravar essa canção e combinamos que ele será o produtor do álbum com músicas brasileiras que quero fazer.

Folha - E quando você grava esse disco?
Freelon -
Sempre achei que não seria correto gravar um álbum de músicas brasileiras sem conhecer o país. Acho importante beber, comer e estar com os brasileiros, participar um pouco da cultura, antes de qualquer coisa. Mas, após a viagem, quero fazê-lo de qualquer maneira.

Folha - Quando será seu próximo lançamento?
Freelon -
Acabo de gravar o CD "Soul Call", que será lançado em setembro. É um projeto com canções que ouvia quando criança em igrejas. Não é gospel, mas músicas de uma perspectiva espiritual, com canções como "Just in Time" e "Let It Be Me".

Folha - Que canções você planeja cantar aqui?
Freelon -
Além de cantar músicas do novo álbum, estou ensaiando "Nada Será como Antes" (e canta um trecho em inglês) e "Travessia", do Milton Nascimento. Também acabo de descobrir uma cantora maravilhosa chamada Maria Bethania, e preciso encontrar mais CDs dela. Ela tem uma voz belíssima e espiritual. Quero também conhecer novas músicas, pois acho que essa viagem vai mudar minha vida, isso parece loucura? (risos)

Folha - Não...
Freelon -
Eu tenho a impressão de que vou encontrar alguém ou alguma música que me emocione, e eu nunca serei a mesma novamente.

Folha - E quanto tempo você passa aqui para que isso ocorra?
Freelon -
Bem, não será muito tempo, apenas até o dia 18, porque tenho que voltar para gravar canções para um filme, onde também vou atuar pela primeira vez no cinema.

Folha - E para que filme?
Freelon -
É um filme da Sony chamado "What Women Want" (O Que as Mulheres Querem), com direção de Nancy Meyer. Eu não sei o que ela vai dizer que as mulheres querem, mas assim é o nome, e será estrelado por Mel Gibson e Helen Hunt.

Folha - São muitas novidades...
Freelon -
Sim, mas estou cantando há quase 20 anos e, para chegar nisso, levou muito tempo de amadurecimento e crescimento. Foi uma verdadeira jornada.


Show: Festival de Montreux em SP: Franco Ambrosetti e Nnenna Freelon
Quando: hoje, às 22h
Onde: Bourbon Street (r. do Chanés, 127, Moema, tel. 0/xx/11/542-1927)
Quanto: R$ 35 a R$ 50


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