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CRÍTICA
Monk sua a camisa e agrada
CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Q uem perdeu a ó tima noite
de abertura do Montreux
Jazz Festival -Edição Brasil terá
outra chance hoje.
O sexteto do baterista T.S.
Monk e o quinteto do pianista
Malcolm Braff fazem uma segunda apresentação no Teatro Municipal de São Paulo, às 21h.
Astro maior do evento, o "band
leader" norte-americano T.S.
Monk conquistou rapidamente a
animada platéia do Bourbon
Street, anteontem, com uma combinação de simpatia, vibração e
jazz moderno de altíssima qualidade.
Suando literalmente a camisa, o
filho do lendário Thelonious
Monk (1917-1982) revela um prazer tão grande à frente de seus
tambores e pratos que acaba contagiando tanto os músicos de sua
banda como a platéia.
Nem o fato de T.S. ter tocado só
duas composições de Thelonious
Monk (alvo de um anunciado tributo, ao qual o quinteto de Malcolm Braff não aderiu), impediu
que a platéia se deliciasse com sua
suingada seleção de temas originais, assinados por nomes como
J.J. Johnson e Clifford Jordan.
Apesar de reduzido, o tributo a
Monk concretizou-se em um dos
pontos mais altos da noite: a aparição-surpresa da cantora Nnenna Freelon, que brilhou numa esfuziante versão da balada "Round
Midnight", calcada em diversos
andamentos.
Nnenna (atração principal da
noite de hoje no mesmo Bourbon
Street Music Club -leia texto ao
lado) exibiu, em poucos minutos,
muito charme e personalidade,
rendendo tributo no "scat singing" (cantar fazendo improviso
com onomatopéias no lugar das
palavras) à sua maior influência
vocal: a divina Sarah Vaughan.
Excitante também é a banda de
Monk, que mistura veteranos de
peso, como os saxofonistas Bob
Porcelli e Willie Williams, com os
talentosos Winston Byrd (trompete) e Ray Gallon (piano).
Outra boa surpresa foi o quinteto de Malcolm Braff. Com seu visual de homem das cavernas, o
pianista suíço (nascido por acaso
no Rio de Janeiro) encantou a platéia com uma seleção de composições originais, embasadas na tradição melódica do gospel e em
improvisos frenéticos.
Quem esperava um jazz frio, como costumam oferecer as bandas
do gênero na Europa, surpreendeu-se com uma música emotiva
e intensa. Belo ponto de partida
para um festival de jazz.
Show: T.S. Monk
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Quando: hoje, às 21h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo s/ nº, tel. 0/xx/ 11/222-0698)
Quanto: de R$ 10 a R$ 60
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