São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRÍTICA

Monk sua a camisa e agrada

CARLOS CALADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Q uem perdeu a ó tima noite de abertura do Montreux Jazz Festival -Edição Brasil terá outra chance hoje.
O sexteto do baterista T.S. Monk e o quinteto do pianista Malcolm Braff fazem uma segunda apresentação no Teatro Municipal de São Paulo, às 21h.
Astro maior do evento, o "band leader" norte-americano T.S. Monk conquistou rapidamente a animada platéia do Bourbon Street, anteontem, com uma combinação de simpatia, vibração e jazz moderno de altíssima qualidade.
Suando literalmente a camisa, o filho do lendário Thelonious Monk (1917-1982) revela um prazer tão grande à frente de seus tambores e pratos que acaba contagiando tanto os músicos de sua banda como a platéia.
Nem o fato de T.S. ter tocado só duas composições de Thelonious Monk (alvo de um anunciado tributo, ao qual o quinteto de Malcolm Braff não aderiu), impediu que a platéia se deliciasse com sua suingada seleção de temas originais, assinados por nomes como J.J. Johnson e Clifford Jordan.
Apesar de reduzido, o tributo a Monk concretizou-se em um dos pontos mais altos da noite: a aparição-surpresa da cantora Nnenna Freelon, que brilhou numa esfuziante versão da balada "Round Midnight", calcada em diversos andamentos.
Nnenna (atração principal da noite de hoje no mesmo Bourbon Street Music Club -leia texto ao lado) exibiu, em poucos minutos, muito charme e personalidade, rendendo tributo no "scat singing" (cantar fazendo improviso com onomatopéias no lugar das palavras) à sua maior influência vocal: a divina Sarah Vaughan.
Excitante também é a banda de Monk, que mistura veteranos de peso, como os saxofonistas Bob Porcelli e Willie Williams, com os talentosos Winston Byrd (trompete) e Ray Gallon (piano).
Outra boa surpresa foi o quinteto de Malcolm Braff. Com seu visual de homem das cavernas, o pianista suíço (nascido por acaso no Rio de Janeiro) encantou a platéia com uma seleção de composições originais, embasadas na tradição melódica do gospel e em improvisos frenéticos.
Quem esperava um jazz frio, como costumam oferecer as bandas do gênero na Europa, surpreendeu-se com uma música emotiva e intensa. Belo ponto de partida para um festival de jazz.


Show: T.S. Monk
    
Quando: hoje, às 21h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos de Azevedo s/ nº, tel. 0/xx/ 11/222-0698)
Quanto: de R$ 10 a R$ 60




Texto Anterior: Nnenna Freelon canta no Brasil para mudar de vida
Próximo Texto: Teatro: Fagundes engajado estréia no palco com "Por Telefone"
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.