São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2001

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CRÍTICA

Músico resgata fina flor da vanguarda

DA REPORTAGEM LOCAL

"No Lago do Olho" é, em disco, continuidade da fina flor da vanguarda musical paulista, que até hoje nunca conseguiu se consolidar em termos de público e fora de estreitos círculos de influência.
De já longa tradição, nos últimos quase 35 anos tais vanguardas têm estado sempre umbilicalmente atadas à patriarcal poesia concretista. Parte do tropicalismo, segue nos experimentos de Tom Zé e Caetano no início dos 70, forja as liras paulistanas de Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e Rumo no início dos 80 e avança os 90 com Arnaldo Antunes.
As referências são abundantes e entrecruzadas no disco, a ponto de às vezes concretismo e as vanguardas dos 80 parecerem experiências equivalentes -não são- no trabalho de Cid Campos, um tardio álbum de estréia.
"No Lago do Olho" consegue, sim, desenhar um aroma pop, provável cortesia do bom músico que Cid é. É só ouvir a antes tola "Vamp Neguinha", que ressurge híbrida de rock'n'roll e tecno -nada muito novo, mas serena e consistente.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)


No Lago do Olho
   
Artista: Cid Campos
Lançamento: Dabliú
Quanto: R$ 25, em média




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