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CRÍTICA
Músico resgata fina flor da vanguarda
DA REPORTAGEM LOCAL
"No Lago do Olho" é, em
disco, continuidade da
fina flor da vanguarda musical
paulista, que até hoje nunca
conseguiu se consolidar em
termos de público e fora de estreitos círculos de influência.
De já longa tradição, nos últimos quase 35 anos tais vanguardas têm estado sempre
umbilicalmente atadas à patriarcal poesia concretista. Parte do tropicalismo, segue nos
experimentos de Tom Zé e
Caetano no início dos 70, forja
as liras paulistanas de Arrigo
Barnabé, Itamar Assumpção e
Rumo no início dos 80 e avança
os 90 com Arnaldo Antunes.
As referências são abundantes e entrecruzadas no disco, a
ponto de às vezes concretismo
e as vanguardas dos 80 parecerem experiências equivalentes
-não são- no trabalho de
Cid Campos, um tardio álbum
de estréia.
"No Lago do Olho" consegue,
sim, desenhar um aroma pop,
provável cortesia do bom músico que Cid é. É só ouvir a antes tola "Vamp Neguinha", que
ressurge híbrida de rock'n'roll
e tecno -nada muito novo,
mas serena e consistente.
(PEDRO ALEXANDRE SANCHES)
No Lago do Olho
Artista: Cid Campos
Lançamento: Dabliú
Quanto: R$ 25, em média
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