UOL


São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FILMES DE HOJE

TV ABERTA

Trapaça guia "A Montanha dos Sete Abutres"

Absolutamente Certo
Cultura, 15h30.    
Brasil, 57, 95 min. Direção: Anselmo Duarte. Com Anselmo Duarte, Dercy Gonçalves. Comédia (não chanchada) em torno dos programas de perguntas e respostas, sucesso na TV dos anos 50. Estréia de Anselmo na direção. Estréia brilhante, por sinal, em que ele também atua, fazendo o rapaz humilde que decorou toda a lista telefônica. P&B.

Os Muppets Conquistam Nova York
Record, 18h.    
(The Muppets Take Manhattan). EUA, 84, 91 min. Direção: Frank Oz. Com Art Carney, Dabney Coleman. Apesar dos atores, as estrelas do filme são mesmo os bonecos do Muppet Show, aqui dispostos a fazer sucesso na Broadway.

Guantanamera
Bandeirantes, 20h30.     
(Guantanamera). Cuba/Espanha, 95, 97 min. Direção: Tomás Gutiérrez Alea, Juan Carlos Tabío. Com Carlos Cruz, Mirtha Ibarra. O problema: enterrar um morto. A necessidade: levar o corpo de um lado a outro de Cubo. O obstáculo: os entraves burocráticos. Em seu último filme, Alea volta a atacar a burocracia cubana, sua velha inimiga. Comédia ferina em que Alea, com câncer, dividiu a direção com seu ex-assistente Tabío.

Duro de Matar 2
Globo, 23h.    
(Die Hard 2: Die Harder). EUA, 90, 124 min. Direção: Renny Harlin. Com Bruce Willis, Bonnie Bedelia. Quase um replay do primeiro filme, só que agora a ação se passa num aeroporto. Fórmula. Dito isso, é um passatempo bem feito.

A Outra História Americana
SBT, 23h.   
(American History X). EUA, 98, 119 min. Direção: Tony Kaye. Com Edward Norton, Edward Furlong. Danny (Furlong) é o garoto que venera o irmão mais velho, Derek (Norton), líder preso de um grupo neonazista em Venice Beach, Califórnia. Quando ganha a liberdade, ele muda de ideologia e resolve abandonar o grupo. As coisas não serão fáceis a partir daí.

A Montanha dos Sete Abutres
Bandeirantes, 0h30.     
(Big Carnival). EUA, 51, 112 min. Direção: Billy Wilder. Com Kirk Douglas, Jan Sterling. Repórter reduzido a trabalho num jornal do Novo México (ou seja, bem periférico) tem nas mãos o caso de um trabalhador preso no desabamento de uma mina. Para que o caso renda o bastante para ele voltar a um grande jornal, ele levará às últimas consequências a arte da trapaça. Um bom Billy Wilder (não um dos maiores). Ainda assim, destaca-se.

Os Impostores
Globo, 1h10.   
(The Impostors). EUA, 98, 101 min. Direção: Stanley Tucci. Com Stanley Tucci, Oliver Platt. Tucci e Platt são dois atores a perigo que embarcam clandestinamente em um navio. Inédito.

O Senhor da Guerra
Globo, 2h55.    
(The War Lord). EUA, 65, 122 min. Direção: Franklin J. Schaffner. Com Charlton Heston, Rosemary Forsyth, Richard Boone. Schaffner trata aqui de Chrysagon, senhor da guerra que, após conquistar para si um principado, apaixona-se por uma jovem, noiva de um vassalo. (IA)

TV PAGA

"Nove Rainhas" revela a desgraça argentina

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É difícil lembrar qual o último argentino que os brasileiros amaram antes de Ricardo Darín. Foi Carlos Gardel (1890-1935), provavelmente.
Porque mesmo Maradona o Brasil apenas tolera (e viu com certo prazer o fim prematuro de sua carreira). De Manu Ginobili só gostam os fãs de basquete, que não são tantos assim. De Jorge Luis Borges (1899-1986), quem lê -e talvez sejam em número ainda menor.
Pois com Darín deu-se o milagre. Todo mundo vai ver "Kamchatka", atualmente nos cinemas, e gosta, entre outras coisas, porque ele está lá. O mesmo aconteceu com "O Filho da Noiva". No limite, esse carisma é muito maior que o de Tom Cruise, digamos, que é alimentado por uma poderosa máquina publicitária.
O que aconteceu com "Nove Rainhas"? Entrou nos cinemas com a cara e a coragem. Emplacou. E era impossível não gostar de Darín, na pele do vigarista portenho que vive de golpe em golpe, passando a perna no próximo.
Na verdade, faça o papel que fizer, Ricardo Darín terá sempre um pouco dessa expressão do vigarista de Buenos Aires. É um tipo próximo do malandro carioca, de certa forma, com a diferença que o malandro tem cabeça fresca, enquanto o portenho sempre leva consigo a marca da tragédia.
"Nove Rainhas", para quem não conhece, é uma comédia em torno de um lote de selos. Ao longo da rocambolesca história, há tantos enganos quanto desenganos. Quando Darín e seu aprendiz cruzam com algum velho vigarista, o que vemos é um senhor falido, derrotado. Não é preciso haver final infeliz em filme argentino para que a desgraça dê as caras. Ela está sempre à espreita.
"Nove Rainhas" faz rir. Mas por vezes o riso se tolda. E a expressão desse ator suscita as duas coisas: o riso e a gravidade. De certo modo aprendemos, com ele, a esquecer nossa rivalidade com os argentinos e a partilhar seus sentimentos e maneira de ser. Para isso, afinal, também serve o cinema.


NOVE RAINHAS. Quando: hoje, às 17h45, Cinemax.


Texto Anterior: Astrologia - Barbara Abramo
Próximo Texto: José Simão: Buemba! Heloísa Helena sapateia na farofa!
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.