ERIKA PALOMINO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A Maria Bonita abriu ontem o primeiro dia dos desfiles do Fashion Rio, o evento lançador das coleções de verão de 35 marcas, que acontece até domingo no Museu de Arte Moderna.
Uma forte conexão com a arte se deu também na passarela de Danielle Jensen, a estilista da marca. Com direção e cenário concebidos por Daniela Thomas, pela quarta vez assinando o desfile, a grife recobriu de branco o chão, com bolas de vários tamanhos.
"A moda substitui uma série de atividades culturais no país hoje. É o que está bombando agora e, por isso, acaba tomando emprestado profissionais de outras áreas, como eu, que venho do teatro", diz Daniela.
A apresentação foi conceitual. Até demais. A entrada em dupla das modelos, com barulhenta (e conceitual) trilha sonora, passeando em volta das bolotas, tornou o desfile monótono. Se o primeiro par mostrou deliciosas calças brancas, soltinhas, que certamente serão hits no verão, a edição privilegiou somente os vestidos e saias usadas com regatonas.
Apesar de tudo parecer igual, o olhar percebia interessantes efeitos de negativo/positivo no uso das cores e algumas sacadas, como as saias em cinza mescla e o megamoletom em branco.
Assimetria, formas circulares e um experiente trabalho de superfícies e estamparia garantem a Danielle Jensen o viés autoral e a personalidade de sua coleção, "artsy" e até mesmo um pouco excêntrica. O que é bom.
"Gostei muito dos olhos e das borbulhas. Foi um desfile para quase humanos. Para hominídeos", disse o performático Tunga, após a apresentação.

Desfile Maria Bonita
   

Colaborou André do Val, enviado especial ao Rio
Os jornalistas viajam a convite do Fashion Rio