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análise
Verão custa a se impor na semana de moda
DA REPORTAGEM LOCAL
Está custando a engrenar o
verão-2007 da SPFW. Exceto por algumas coleções excepcionais, os estilistas têm
encontrado dificuldades variadas para firmar imagens
fortes para a próxima estação. Três dias já se passaram,
e pouca novidade se impôs. É
o caso de perguntar se o inverno, afinal, não inspira
mais os criadores em São
Paulo do que o verão.
Até o momento, boa parte
dos criadores resolveu se firmar em terreno seguro, sem
correr riscos. Todos sabem
que o conservadorismo do
consumidor brasileiro, sem
falar nas suas limitações de
gosto e de dinheiro, impõe
restrições às ousadias na
criação. Uma semana de moda, porém, deveria ser a vanguarda do estilo no país
-combinar o comércio com
alguma arte é o segredo da
moda. Ou será que os estilistas se conformarão em ficar
em segundo plano na produção da imagem de moda no
país, deixando à TV, com
suas roupinhas, o papel de
ditadora do gosto brasileiro?
Percebe-se que falta a boa
parte dos criadores pesquisas de formas menos preguiçosas, idéias mais emocionantes para a estação e uma
concepção mais pessoal a
respeito da imagem feminina que desejam impor. Cores
e estampas enfadonhas, modelagens tímidas, iconografias previsíveis, tudo isso tem
injetado muita monotonia
neste início da SPFW.
É preciso falar também
das direções de arte dos desfiles, cada vez mais inclinadas ao kitsch. É certo que o
kitsch exerce um fascínio
enorme na moda brasileira,
mas não se pode aproximar
dele, hoje, sem humor e
olhar crítico.
(ALN E VW)
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