São Paulo, sábado, 15 de julho de 2006

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análise

Verão custa a se impor na semana de moda

DA REPORTAGEM LOCAL

Está custando a engrenar o verão-2007 da SPFW. Exceto por algumas coleções excepcionais, os estilistas têm encontrado dificuldades variadas para firmar imagens fortes para a próxima estação. Três dias já se passaram, e pouca novidade se impôs. É o caso de perguntar se o inverno, afinal, não inspira mais os criadores em São Paulo do que o verão.
Até o momento, boa parte dos criadores resolveu se firmar em terreno seguro, sem correr riscos. Todos sabem que o conservadorismo do consumidor brasileiro, sem falar nas suas limitações de gosto e de dinheiro, impõe restrições às ousadias na criação. Uma semana de moda, porém, deveria ser a vanguarda do estilo no país -combinar o comércio com alguma arte é o segredo da moda. Ou será que os estilistas se conformarão em ficar em segundo plano na produção da imagem de moda no país, deixando à TV, com suas roupinhas, o papel de ditadora do gosto brasileiro?
Percebe-se que falta a boa parte dos criadores pesquisas de formas menos preguiçosas, idéias mais emocionantes para a estação e uma concepção mais pessoal a respeito da imagem feminina que desejam impor. Cores e estampas enfadonhas, modelagens tímidas, iconografias previsíveis, tudo isso tem injetado muita monotonia neste início da SPFW.
É preciso falar também das direções de arte dos desfiles, cada vez mais inclinadas ao kitsch. É certo que o kitsch exerce um fascínio enorme na moda brasileira, mas não se pode aproximar dele, hoje, sem humor e olhar crítico. (ALN E VW)


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