São Paulo, sábado, 15 de julho de 2006

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Maxime ousa com seus novos boêmios

Estilista carioca evoca Marrocos e terreiros de umbanda em sua coleção, destaque no terceiro dia de desfiles da SPFW

Com coleção acertada, Reinaldo Lourenço se inspira no glamour dos anos 50 e cria vestidos dos sonhos das garotas modernas

ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA

VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Nada de rock na trilha sonora para dar aquele truque de "modernidade", nada de bajulação do gosto mediano, nada de preguiça para pensar o novo verão. O desfile de Maxime Perelmuter fugiu de todas essas armadilhas: foi um choque de design, frescor e inteligência. Com ritmos africanos no fundo musical, a segunda coleção do estilista carioca na São Paulo Fashion Week mostrou uma alfaiataria precisa, com recortes inusitados, lapelas móveis e uma imagem ao mesmo tempo elegante, audaciosa e lírica.
Maxime ampliou o número de looks femininos da coleção, criando divertidos vestidos clochard e macaquinhos, mas o grande destaque foram as roupas masculinas e seu estilo boêmio-chique. Além da alfaiataria elegante, que apostou em muito linho e algodão piquet em tons de branco para enfrentar o calor do verão, o estilista mostrou também divertidas túnicas longas, num mix certeiro de Marrocos com os terreiros de umbanda de Salvador.
Na estamparia, mais atitude: listras, florais gigantes e simpáticas araras coloridas afastam o guarda-roupa masculino da mesmice. As calças oversized e os shorts confortáveis apareceram como opção mais fresca à ditadura da silhueta justíssima. Antes dele, Reinaldo Lourenço abriu o terceiro dia de desfiles com uma coleção acertada e feita de belos momentos. Inspirado no glamour dos bailes dos anos 50 e do new look de Christian Dior, Reinaldo fez uma coleção jovem e requintada.
Os vestidos de festa, com silhueta armada e curtíssima, pareciam saídos de um baile de debutantes supermoderno. Tafetás, tules, seda e organza apareceram em preto, azul, beges, cinzas e pink. As flores em tecidos, costuradas umas às outras, formavam looks inteiros ou decoravam decotes, como no lindo tomara-que-caia usado por Bruna Sotilli. A primeira parte, com silhuetas mais soltas, teve vestidos curtos de cetim de seda, que não funcionaram tão bem no tom pink. O desfile também poderia passar sem os casacos e vestidos pretos de manga longa, invernais demais para uma coleção de verão.


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