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Maxime ousa com seus novos boêmios
Estilista carioca evoca Marrocos e terreiros de umbanda em sua coleção, destaque no terceiro dia de desfiles da SPFW
Com coleção acertada, Reinaldo Lourenço se inspira no glamour dos anos 50 e cria vestidos dos sonhos
das garotas modernas
ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Nada de rock na trilha sonora
para dar aquele truque de "modernidade", nada de bajulação
do gosto mediano, nada de preguiça para pensar o novo verão.
O desfile de Maxime Perelmuter fugiu de todas essas armadilhas: foi um choque de design,
frescor e inteligência. Com ritmos africanos no fundo musical, a segunda coleção do estilista carioca na São Paulo Fashion Week mostrou uma alfaiataria precisa, com recortes inusitados, lapelas móveis e uma
imagem ao mesmo tempo elegante, audaciosa e lírica.
Maxime ampliou o número
de looks femininos da coleção,
criando divertidos vestidos clochard e macaquinhos, mas o
grande destaque foram as roupas masculinas e seu estilo boêmio-chique. Além da alfaiataria
elegante, que apostou em muito linho e algodão piquet em
tons de branco para enfrentar o
calor do verão, o estilista mostrou também divertidas túnicas longas, num mix certeiro de
Marrocos com os terreiros de
umbanda de Salvador.
Na estamparia, mais atitude:
listras, florais gigantes e simpáticas araras coloridas afastam o
guarda-roupa masculino da
mesmice. As calças oversized e
os shorts confortáveis apareceram como opção mais fresca à
ditadura da silhueta justíssima.
Antes dele, Reinaldo Lourenço
abriu o terceiro dia de desfiles
com uma coleção acertada e
feita de belos momentos. Inspirado no glamour dos bailes dos
anos 50 e do new look de Christian Dior, Reinaldo fez uma coleção jovem e requintada.
Os vestidos de festa, com silhueta armada e curtíssima, pareciam saídos de um baile de
debutantes supermoderno. Tafetás, tules, seda e organza apareceram em preto, azul, beges,
cinzas e pink. As flores em tecidos, costuradas umas às outras,
formavam looks inteiros ou decoravam decotes, como no lindo tomara-que-caia usado por
Bruna Sotilli. A primeira parte,
com silhuetas mais soltas, teve
vestidos curtos de cetim de seda, que não funcionaram tão
bem no tom pink. O desfile
também poderia passar sem os
casacos e vestidos pretos de
manga longa, invernais demais
para uma coleção de verão.
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