São Paulo, quarta-feira, 15 de julho de 2009

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crítica

Artista retoma parceria em ótimo disco

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

"Sonho de Caramujo" tem uma primeira estrofe que conta quem é Aldir Blanc ("Entrava no livro que lia e fugia") e uma segunda que traduz João Bosco ("Eu moro dentro da casca do meu violão"). A música ilustra como esses dois homens se complementam. Quando romperam, nos anos 80, Bosco perdeu o letrista que, além de lhe dar os melhores versos, lhe dava o prumo. Com a parceria refeita em quatro belas canções ("Navalha", "Mentiras de Verdade" e "Plural Singular" são as outras), o amadurecimento de seu filho Francisco como letrista (destaque para "Desnortes", "Tanto Faz" e "Tanajura") e o estilo sem par de seu violão, Bosco reuniu as condições para se despir dos vocalises excessivos, dos penduricalhos que esvaziavam, em vez de ampliar, o grande cantor e compositor que é. Fez um disco especial. Apesar de sua "alma barroca" (título de música de pai e filho), ouve-se um João econômico no samba e também passeando pelas tradições do samba-canção e da valsa. E sem tirar o pé da África, como explicita a já clássica "Jimbo no Jazz", com letra de Nei Lopes.


NÃO VOU PRO CÉU, MAS JÁ NÃO VIVO NO CHÃO

Artista: João Bosco
Gravadora: MP,B/Universal
Quanto: R$ 25, em média
Avaliação: ótimo


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