São Paulo, sexta-feira, 15 de julho de 2011

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CRÍTICA AVENTURA

Derradeiro "Harry Potter" é feito para não desapontar fãs

Desfecho coroa abandono do mundo encantado e mergulho em incertezas

FERNANDO MASINI
DE SÃO PAULO

É um dos momentos mais aguardados do ano. Fãs devem correr aos cinemas a partir de hoje e lotar salas para ver (em 3D) como a saga do bruxo de óculos redondos e cicatriz na testa termina.
A última parte de "Harry Potter e as Relíquias da Morte" tem tudo para levar a plateia às lágrimas. Para isso, o diretor David Yates carrega na emoção e conduz um desfecho apoteótico, no qual a escola Hogwarts em ruínas vira palco para o confronto entre Potter (Daniel Radcliffe) e Voldemort (Ralph Fiennes).
Tudo parece ser feito para não desapontar os fãs: Ron (Rupert Grint) deixa claro seu amor por Hermione (Emma Watson), o estabanado Neville (Matthew Lewis) desfruta de momentos de herói e o professor Snape (Alan Rickman) revela seu passado.
O senso de humor presente nos outros episódios surge aqui em cenas como a que Hermione entra no corpo de Bellatrix Lestrange. Helena Bonham Carter, que interpreta a vilã, imita os trejeitos da mocinha com maestria.
Aliás, esse é um trunfo da série: colocar grandes atores em papéis secundários para dar peso às atuações pouco comoventes de Radcliffe e companhia.
Foi assim quando o ator Gary Oldman deu forma a Sirius Black, o padrinho de Potter que escapa da prisão em "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban" (2004). Memorável também a atuação de Imelda Staunton como a professora megera em "A Ordem da Fênix" (2007).
Olhando para trás, cada episódio fica marcado como um rito de passagem. Potter deixa o mundo encantado dos primeiros episódios para vasculhar o passado e mergulhar em incertezas.
Como um herói involuntário, mostra rebeldia quando retratado por Alfonso Cuarón em "O Prisioneiro de Azkaban", um dos melhores filmes da série. O trio inseparável cresce e celebra a adolescência num típico baile de 15 anos em "O Cálice de Fogo" (2005). Pela primeira vez, Hermione desfila na tela como mulher.
Com o fim da saga, o menino órfão deixa as telas para entrar na história do cinema. Numa espécie de presságio, o vilão Tom Riddle diz em uma das cenas finais de "Harry Potter e a Câmara Secreta": "Engraçado o estrago que um livro bobo pode fazer nas mãos de uma garotinha".

HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 2

DIREÇÃO David Yates
PRODUÇÃO EUA/Reino Unido, 2011
COM Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint
ONDE nos cines Eldorado, Jardim Sul, Pátio Paulista e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom

CARLOS HEITOR CONY

O colunista está em férias.


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